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Estas são as 18 pessoas que o MP acusa de terem cometido 277 crimes no caso BES

Saiba quem são as 18 pessoas acusadas no caso BES e todos os crimes que o Ministério Público lhes imputa.

Ricardo Salgado

Ricardo Salgado
Crimes: 65
Associação criminosa; corrupção ativa no setor privado; falsificação de documento; burla qualificada; manipulação de mercado; infidelidade; branqueamento.

É o rosto principal deste processo. O ex-presidente do BES liderava um dos cinco ramos familiares do Grupo Espírito Santo (GES). O antigo "dono disto tudo" é acusado de 65 crimes: associação criminosa, 29 de burla qualificada, 12 de corrupção ativa, nove de falsificação de documento, sete de branqueamento de capitais, seis de infidelidade e um de manipulação de mercado.

Francisco Machado da Cruz

Francisco Machado da Cruz
Crimes: 36
Associação criminosa; corrupção passiva no setor privado; falsificação de documento; manipulação de mercado; burla qualificada; branqueamento; infidelidade.

Foi o responsável pela contabilidade do GES entre 2002 e 2014, tendo sido também o fiscal de contabilidade da ESI e da ESC. É acusado de 36 crimes: associação criminosa, corrupção passiva, 19 de burla qualificada, cinco de branqueamento, quatro de falsificação de documento, quatro de manipulação de mercado e um de infidelidade.

Amílcar Pires

Amílcar Pires
Crimes: 25
Associação criminosa; corrupção passiva no setor privado; burla qualificada; branqueamento; falsificação de documento; infidelidade; manipulação de mercado.

Era um dos homens-fortes de Salgado. Entre os cargos que ocupou no "império" inclui-se o de administrador financeiro do banco, entre 2004 e 2014. Era o responsável pela conceção dos termos da oferta dos produtos para investimento dos clientes. É acusado de 25 crimes. Entre eles, associação criminosa, corrupção passiva e burla qualificada.

Isabel Almeida

Isabel Almeida
Crimes: 21
Associação criminosa; corrupção passiva no setor privado; burla qualificada; branqueamento; falsificação de documento; infidelidade; manipulação de mercado.

Foi auditora da PwC até entrar para o BES, em 1995, como diretora adjunta do Departamento de Mercados Monetários e Tesouraria (DMMT). A partir de 2009 foi assessora do conselho de administração do BES. É acusada de 21 crimes, como associação criminosa, corrupção passiva e burla qualificada.

Alexandre Cadosch

Alexandre Cadosch
Crimes: 18
Associaçao criminosa; corrupção passiva no setor privado; burla qualificada; branqueamento; falsificação de documento; infidelidade; manipulação de mercado.

É cidadão suíço e entrou nos anos 90 na empresa que daria lugar à Espírito Santo Services Suíça. Em 2004 torna-se acionista da Eurofin no Reino Unido e mantém-se na administração das subsidiárias. Em 2010 passa a ser acionista da Eurofin Holding, na Suíça. Entre os 18 crimes de que é acusado estão dois de associação criminosa e um de corrupção passiva.

Pedro Pinto

Pedro Pinto
Crimes: 18
Associação criminosa; corrupção passiva no setor privado; burla qualificada; branqueamento; falsificação de documento; infidelidade; manipulação de mercado.

Entra no BES em 1999, para o Departamento Financeiro, de Mercado e Estudos (DFME). Entre 2006 e 2009 exerce funções no Departamento de Gestão de Poupança (DGP), na gestão discricionária das carteiras que o BES ofereceu aos clientes. É acusado de 18 crimes, como associação criminosa, corrupção passiva, burla qualificada e branqueamento.

António Soares

António Soares
Crimes: 17
Associação criminosa; corrupção passiva no setor privado; burla qualificada; branqueamento; falsificação de documento; infidelidade; manipulação de mercado.

Entrou no BES em 1991 como "trader" do DMMT. Chegou ao conselho de administração da BES Vida em 2012. Reportava a Amílcar Morais Pires e a Isabel Almeida. É acusado de 17 crimes, incluindo associação criminosa.

Michel Creton

Michel Creton
Crimes: 17
Associação criminosa; bulra qualificada; branqueamento; falsificação de documento; infidelidade; manipulação de mercado.

O também cidadão suíço integra a Eurofin no Reino Unido em 2006, tornando-se acionista em 2008. Chega a presidente do conselho de administração da Eurofin Capital. É acusado de 17 crimes, incluindo dois de associação criminosa.

Pedro de Almeida e Costa

Pedro de Almeida e Costa
Crimes: 10
Corrupção passiva no setor privado; infidelidade; burla qualificada; branqueamento; manipulação de mercado.

Entra no banco em 1998 como assistente de direção no DFME. Até 2005 reportava a Isabel Almeida, enquanto diretor das áreas de desintermediação e de crédito da BES Vida. Em 2005 transitou para a ESAF, onde reportava a Salgado e Morais Pires. É acusado de dez crimes, como infidelidade e burla qualificada.

José Manuel Espírito Santo

José Manuel Espírito Santo
Crimes: 8
Burla qualificada; infidelidade.

Primo de Ricardo Salgado, liderava outro dos cinco ramos familiares do GES. Entre 1992 e 2014 foi membro do conselho de administração e da comissão executiva do BES. Entre os vários cargos que ocupou, destacam-se o de administrador da ES Services, no Luxemburgo. É acusado de sete crimes de burla qualificada e de um crime de infidelidade.

Manuel Espírito Santo Silva

Manuel Espírito Santo Silva
Crimes: 8
Burla qualificada.

O terceiro membro da família Espírito Santo acusado encabeçava um dos cinco ramos do GES. Foi responsável por negócios da área não financeira, como a ES Tourism. Integrou o conselho superior do GES em 1995 e teve lugar na administração do BES entre 1994 e 2014. Foi presidente da Rioforte nos dois últimos anos do império GES. É acusado de oito crimes de burla qualificada.

Nuno Escudeiro

Nuno Escudeiro
Crimes: 8
Associação criminosa; corrupção passiva no setor privado; burla qualificada; branqueamento; falsificação de documento; manipulação de mercado.

O percurso no BES começa em 1998, na sala de mercados. A partir de 2001 passou a identificar produtos destinados à oferta a clientes. Em 2010, fazia a gestão das carteiras de produtos da BES Vida e do BES, na área de risco de crédito. É acusado de oito crimes, entre eles associação criminosa e corrupção passiva.

Pedro Cohen Serra

Pedro Cohen Serra
Crimes: 7
Associação criminosa; corrupção passiva no setor privado; burla qualificada; branqueamento; manipulação de mercado; falsificação de documento.

Entrou no BES em 1998, para o DFME. Chega a subdiretor em 2006, onde é responsável, no âmbito da gestão da carteira do BES, pela intervenção no mercado de ações e nos mercados globais. É acusado de sete crimes, inclusive um de associação criminosa, um crime de corrupção passiva, um de burla qualificada.

Paulo Carrageta Ferreira

Paulo Carrageta Ferreira
Crimes: 7
Associação criminosa; corrupção passiva no setor privado; burla qualificada; manipulação de mercado; branqueamento.

Chegou ao BES em 1992 para o DMMT. A partir de 2001, assume a direção do DFME, com responsabilidade nas áreas de emissão de dívida e mercado monetário. É acusado de sete crimes, incluindo associação criminosa e corrupção passiva.

Cláudia Boal Faria

Cláudia Boal Faria
Crimes: 6
Associação criminosa; corrupção passiva no setor privado; burla qualificada; manipulação de mercado; infidelidade.

No BES desde 1996, onde trabalhava na área de Grandes Empresas e Internacional, ingressou no DFME em 2000, onde chegou a diretora adjunta. É acusada de associação criminosa, corrupção passiva, burla qualificada, manipulação de mercado e infidelidade.

João Martins Pereira

João Martins Pereira
Crimes: 3
Burla qualificada.

A convite de Ricardo Salgado, trocou a PwC pelo BES em 2003, para ser assessor do conselho de administração. Na consultora, tratava do relacionamento com o GES. No banco, ajudou a criar os serviços de compliance. É acusado de três crimes de burla qualificada.

João Alexandre Silva

João Alexandre Silva
Crimes: 2
Falsificação de documento.

Era um dos responsáveis do BES na Madeira. Foi diretor no Departamento da Banca Transacional de Negócio Internacional , onde acompanhava clientes da América do Sul e Angola. Saiu do Novo Banco em 2017. É acusado de dois crimes de falsificação de documento.

Paulo Nacif Jorge

Paulo Nacif Jorge
Crimes: 1
Falsificação de documento.

Veio da sucursal portuguesa do Banco do Brasil para o BES em 2007, onde acompanhava os clientes institucionais sul-americanos. Abandonou o cargo em setembro de 2014. Responde por um crime de falsificação de documento.

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As 18 pessoas acusadas no âmbito do processo Universo Espírito Santo cometeram um total de 277 crimes, de acordo com o despacho de mais de 4 mil páginas do Ministério Público, a que o Negócios teve acesso.

Ricardo Salgado foi acusado de 65 crimes (o número mais elevado entre todos os arguidos), entre os quais 29 crimes de burla qualificada e 12 crimes de corrupção ativa no setor privado. Além do ex-líder do BES, apenas mais dois membros da família Espírito Santo são acusados: José Manuel Espírito Santo e Manuel Fernando Espírito Santo.

12 pessoas singulares são acusadas pelo crime de associação criminosa. Corrupção ativa e passiva no setor privado, falsificação de documentos, infidelidade, manipulação de mercado, branqueamento e burla qualificada contra direitos patrimoniais de pessoas singulares e coletivas são os outros crimes imputados.

7 pessoas coletivas, nacionais e estrangeiras, também são acusadas neste caso. Na galeria em cima pode ver as 18 pessoas singulares acusadas, o número de crimes de cada uma e as acusações que lhes são imputadas.

Segundo o comunicado do Ministério Público, o processo principal agrega 242 inquéritos que foram sendo apensados, abrangendo queixas deduzidas por mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. E foram acionadas medidas de garantia patrimonial por via de arrestos e apreensões.

Para a acusação, a investigação apurou prejuízos com os crimes de 11,8 mil milhões de euros na consequência dos factos apurados.

Ricardo Salgado garantiu em comunicado não ter praticado "qualquer crime", considerando que "esta acusação 'falsifica' a história do Banco Espírito Santo" e aproveitando para voltar a atacar o Banco de Portugal e o seu presidente Carlos Costa que determinou a resolução do BES em agosto de 2014. "Enquanto o Dr. Ricardo Salgado esteve no BES, não houve lesados", diz a sua defesa em comunicado.

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