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MP acusa Ricardo Salgado de liderar organização criminosa e diaboliza liquidação do BES

O processo de liquidação do Banco Espírito Santo, com 617 volumes, já foi rejeitado por nove procuradores do Ministério Público, que se prepara para revelar o despacho de acusação do caso BES até dia 15.

Ex-CEO do BES e ex-administrador da ESI
11 de Julho de 2020 às 11:05
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Cerca de 26 mil credores e 617 volumes, sendo que só o apenso da reclamação de créditos tem 231, com mais de 43 mil folhas, e existem perto de três mil impugnações, de grande litigiosidade.

Em síntese, eis o processo de liquidação do BES, que já foi rejeitado por nove procuradores do Ministério Público, incluindo a diretora do novo departamento criado para defender o Estado, revela o Jornal de Notícias, na sua edição deste sábado, 11 de julho.

"O procurador do processo de liquidação do BES trocou o Tribunal do Comércio de Lisboa por um novo departamento do Ministério Público, criado justamente para defender os grandes interesses patrimoniais do Estado, mas foi autorizado a deixar o fardo para trás. A diretora do novo departamento, aliás, não queria lá o processo, já com 617 volumes. E os cinco procuradores que ficaram no Tribunal do Comércio também se mostraram indisponíveis", avança o mesmo diário.

"A fava calhou, então, a dois magistrados de Sintra e Vila Franca de Xira, que, porém, já requereram uma providência cautelar, reputando de ilegal a sua transferência, à força, para a Comarca de Lisboa", conta o Jornal de Notícias.

Entretanto, o Ministério Público já concluiu o despacho final de acusação contra Ricardo Salgado e alguns antigos administradores e quadros de topo do Banco Espírito Santo (BES), devendo as notificações dos arguidos e assistentes do processo começar já na próxima segunda-feira, avança a revista Sábado, enquanto o Público afirma que a acusação será conhecida até quarta-feira.

Este sábado, o diário Público avança que o Ministério Público inclina-se para a tese de que Ricardo Salgado liderou uma associação criminosa enquanto líder do Grupo Espírito Santo, criando uma estrutura fraudulenta dentro do próprio BES, sustentada no Departamento Financeiro e de Mercados, tutelado pelo ex-CFO (diretor financeiro) Amílcar Morais Pires.

"Uma organização montada sem conhecimento da maioria da equipa de gestão e das entidades de fiscalização do banco, nomeadamente, do Banco de Portugal", revela o Público.

Segundo informações a que o mesmo diário teve acesso, de acordo com os novos factos apurados no âmbito da investigação, Ricardo Salgado terá sido o cérebro e o líder de uma rede criminosa, por si estruturada dentro GES e do BES, com o propósito de fazer pagamentos ocultos, de cometer fraude no comércio internacional e de desviar fundos de centenas de milhões de euros por corrupção, tendo "desnatado" o BES em mais de mil milhões de euros.

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