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PSI ganha 2,8% em 2022. Galp foi a estrela do ano com escalada de 48%
Num ano marcado pela invasão da Ucrânia, pela consequente crise energética e pela mais rápida subida de juros mundiais de sempre, as bolsas europeias tiveram o pior desempenho desde 2018. Lisboa ficou, contudo, no verde.
A última sessão de 2022 termina com o PSI nos 5.726,11 pontos. O recuo desta sexta-feira de 1,24% (com 14 das 15 cotadas no vermelho e a restante inalterada) não impediu que o índice nacional tenha fechado 2022 no verde: subiu 2,81%.
A invasão russa agravou a inflação - que já se fazia sentir face ao desfasamento entre procura e oferta na reabertura das economias pós-pandemia -, levando os bancos centrais à mais rápida subida de juros de referência de sempre. O movimento penalizou o apetite dos investidores por ativos de risco.
O índice que agrega as maiores cotadas europeias, o Stoxx 600, perdeu 12,81% em 2022, fechando assim o pior ano desde 2018. O italiano FTSE MIB (-13,31%) e o neerlandês AEX (-13,65%) caíram ainda mais, enquanto o alemão DAX recuou 12,35%, o francês CAC 40 cedeu 9,5% e o espanhol IBEX 35 perdeu 5,56%. Por outro lado, o britânico FTSE 100 somou 0,91% e o grego ASE subiu 4,08%.
Galp lidera. Energia mista no PSI
"O bom desempenho do PSI deveu-se à excelente 'performance' da Galp motivada pelo preço do petróleo que, em termos médios, subiu 40% em 2022 versus 2021, de 70 dólares para 100 dólares, mas sobretudo pelas margens de refinação elevadas face ao padrão normal", acrescentam os analistas do BPI.
A petrolífera foi a cotada que mais subiu no índice PSI em 2022, tendo ganho 48%, mesmo tendo desvalorizado 0,83% para 12,61 euros por ação na sessão desta sexta-feira.
A energia viveu, contudo, um ano misto. No verde fecharam igualmente a Greenvolt (cuja subida de 25,6% lhe valeu o segundo lugar no pódio anual), enquanto a REN cedeu 0,98% em 2022 e a família EDP também fechou no vermelho. A casa-mãe perdeu 3,64% no ano e a EDP Renováveis 6%.
No setor do papel e pasta de papel, a tendência é mais clara: Altri (19,86%), Semapa (5,64%) e Navigator (3,1%) todas valorizaram em 2022. É também o caso da Nos, que avançou 10,97%, do BCP, que somou 3,9% e da Jerónimo Martins, que ganhou 0,4%. Das 15 cotadas do PSI, oito fecharam, assim, 2022 no verde.
CTT e Corticeira Amorim despenham-se em bolsa
A impedir ganhos maiores das cotadas esteve a sessão negativa desta sexta-feira, na qual a energia se destacou pela negativa. A Greenvolt tombou 3% para 7,80 euros por ação, a EDP Renováveis 1,77% e a EDP 1,65%. Também Corticeira Amorim, Nos, BCP, Semapa, REN e Jerónimo Martins perderam mais de 1%.
A única cotada que ficou inalterada no dia foi também a que ganha o título de pior desempenho do ano no PSI: os CTT, com um tombo de 32,38%. Seguiu-se a Corticeira Amorim, que perdeu 22,7%.
"Ambas sentem muito mais o impacto da subida dos juros na propensão ao consumo e despesa das famílias e particulares, com os CTT com uma forte geração das receitas no mercado doméstico e a Corticeira Amorim na União Europeia em que se perspetivam tímidos crescimentos da economia ou mesmo de suave recessão", aponta João Queiroz, "head of trading" do Banco Carregosa.
Menos expressivas foram as perdas da Mota-Engil (-8,31%) e da Sonae (-6,78%), que fecham o leque de cotadas do PSI em terreno negativo em 2022.
(Notícia atualizada às 16:55)