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Powell abala Wall Street. Investidores repensam "timing" de cortes de juros

As palavras do presidente da Fed, que afastou a possibilidade dos cortes de juros estarem iminentes, abalaram Wall Street que terminou no vermelho.

As tecnológicas europeias e norte-americanas têm funcionado como porto seguro em tempos de incerteza. A expectativa de alívio nas subidas dos juros tem impulsionado o setor.
Brendan McDermid/Reuters
05 de Fevereiro de 2024 às 21:15
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Os principais índices em Wall Street encerraram ligeiramente em baixa esta segunda-feira, pressionados por uma subida das "yields" da dívida norte-americana, depois de comentários do presidente da Reserva Federal norte-americana que afastou a possibilidade de estarem iminentes cortes dos juros diretores.

Numa entrevista ao programa "60 minutos" no passado domingo, Jerome Powell defendeu que são necessários mais dados que mostrem uma tendência de abrandamento sustentado da inflação para que as taxas de juro de referência possam começar a descer.

O S&P 500, referência para a região, recuou 0,32% para 4.942,81 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite cedeu 0,2% para 15.597,68 pontos e o industrial Dow Jones perdeu 0,71% para 38.380,12 pontos.

Na negociação da passada sexta-feira estes três índices bateram máximos históricos intradiários e o Nasdaq e o Dow Jones encerraram a sessão também em recordes.

Os últimos dados sobre a economia norte-americana mostram que foram criados 350 mil novos empregos em janeiro, um número que quase duplica os 176 mil postos de trabalho esperados pelos analistas. Os números estão a dar um novo argumento de peso para que a Fed possa adiar o início do ciclo de cortes nas taxas diretoras.

A juntar-se a Powell também o presidente da Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, escreveu um artigo a defender que uma economia resiliente pode afastar possíveis cortes de juros por algum tempo.

"Os investidores estão preocupados porque dado que a economia está bem e não estamos a caminho de uma recessão, está até demasiado robusta e, por isso, a Fed pode optar por cortar os juros mais tarde e menos vezes ao longo do ano", alertou Sam Stovall, "chief investment strategist" da CFRA Research.

Os "traders" estimam agora uma probabilidade de 64% para um corte de juros em maio e de 95% para uma descida em junho, segundo a Reuters.

Entre os movimentos de mercado, a Caterpillar avançou 2%, depois de ter registado lucros no quarto trimestre superiores ao esperado.

Por sua vez, a Estee Lauder pulou 12,22%, depois de ter anunciado que a sua marca de batom MAC planeia cortar entre 3% a 5% da sua força de trabalho e ter superado as estimativas dos analistas relativamente aos resultados do segundo trimestre fiscal.

Já a Nvidia ganhou 4,79%, atingindo um novo máximo histórico intradiário, depois de os analistas do Goldman Sachs terem elevado o preço-alvo da fabricante de "chips" norte-americana.

Em sentido oposto, a Tesla desceu 3,65%, depois de a Piper Sandler ter reduzido o "target" para a fabricante de automóveis elétricos e a tecnológica alemã SAP ter anunciado que vai deixar de ter na frota de veículos para os trabalhadores carros da marca.
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