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Popular afunda para mínimo histórico após admitir aumento de capital

As acções do banco espanhol continuam fortemente pressionadas bolsa e já acumulam uma queda de 22% este ano.

DR/Banco Popular
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O Popular já atingiu um novo mínimo histórico na bolsa espanhola, em reacção ao facto de o presidente do banco ter ontem admitido que poderá ser necessário um novo aumento de capital.

 

As acções descem 3,41% para 0,709 euros, tendo chegado a cair 5,99% para 0,69 euros, o que corresponde à cotação mais baixa de sempre.

 

Já ontem os títulos tinham fechado em forte queda (-9,61%), reagindo às declarações de Emilio Saracho (na foto), que admitiu ser necessário um novo aumento de capital para solucionar os problemas da instituição financeira.

 

Com a queda desta terça-feira o Popular eleva para 22,7% as perdas acumuladas este ano, o que colocou a capitalização bolsista da instituição financeira espanhola abaixo dos 3 mil milhões de euros.

 

Com este valor de mercado, o Popular já regista uma capitalização bolsista já pouco superior à do Banco Comercial Português (2,7 mil milhões de euros).

 


Apesar de já ter angariado 5,4 mil milhões de euros junto dos seus accionistas através de aumentos de capital desde 2012, o presidente do Popular reconheceu na assembleia geral que seja muito difícil ao banco cumprir as regras da união bancária "sem recorrer ao mercado".

 

Saracho não esclareceu qual o montante em consideração e revelou que o reforço de capital terá de ser concluído num prazo de três anos, escreve o El País. E apesar de afiançar que o objectivo da instituição não passa por uma fusão, admitiu que tal hipótese está em cima da mesa, desde que a mesma seja positiva para o banco.  

 

De acordo com o Expansión, Emilio Saracho transmitiu aos accionistas que "vale a pena lutar" pelo banco, e confirmou que no curto prazo a estratégia passará pela alienação dos negócios considerados não estratégicos e pela redução do volume de investimento não rentáveis. Contudo, não descarta o cenário de fusão, hipótese que caracteriza como "mais uma opção".  

 

O diagnóstico feito por Emilio Saracho é idêntico ao feito pela agência de notação Moody’s, que numa nota de análise divulgada esta segunda-feira nota que será um "desafio" para o Banco Popular cumprir com as exigências do Banco Central Europeu (BCE) sem aumentar o capital.

 

Para melhorar os rácios de solvabilidade, por exemplo, o Banco Popular colocou à venda os 49% detidos no WiZink, um banco especializado na comercialização de cartões de crédito, uma operação que está a ser conduzida pela instituição norte-americana Bank of America Merril Lynch.

 

Na semana passada havia sido noticiado que no entender de Emilio Saracho a melhor opção para o Banco Popular passaria pela realização de uma fusão com outra instituição financeira. Contudo, essa parece ser ainda considera uma alternativa de último recurso.

 

"Posso assegurar-vos que não iremos gerir o banco para o preparar para uma fusão. Não devemos depender de terceiros. O nosso plano deve estar nas nossas mãos", disse hoje o presidente do banco aos accionistas.

 

Esta assembleia geral acontece num momento conturbado para o Banco Popular que, na semana passada, assistiu à demissão do até aqui CEO do banco, Pedro Larena. Anúncio que surgiu depois de uma auditoria interna ter detectado "algumas questões relacionadas com o aumento de capital" realizado pelo banco em Maio de 2016.

Na assembleia geral de ontem foi ainda aprovada pelos accionistas a passagem do Banco Popular Portugal numa sucursal do Popular Espanhol, o que faz com que a unidade portuguesa deixe de ser um banco de direito português, uma decisão já comunicada à CMVM

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