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Pharol e BCP empurram Lisboa para fora de rota europeia de ganhos
Lisboa travou série de duas sessões positivas e não acompanhou ganhos europeus. A tomada de mais-valias, depois de a acção da Pharol ter praticamente duplicado de valor nas últimas semanas, penalizou os títulos da accionista da Oi.
O índice accionista nacional não seguiu a tendência positiva dos seus pares europeus - animados pela revisão em alta das previsões de Bruxelas para a economia europeia e por novos recordes em Wall Street à espera do plano fiscal de Trump – e encerrou a sessão desta segunda-feira, 13 de Fevereiro, em queda.
O PSI-20 terminou o dia a ceder 0,17% para 4.596,73 pontos, com 11 títulos em alta e seis em queda, sendo o sinal negativo ditado pelos recuos do BCP, da Pharol e da Jerónimo Martins.
As maiores quedas couberam à empresa liderada por Luís Palha da Silva. Os papéis da Pharol interromperam uma série de 12 sessões consecutivas sem perdas e caíram 11,93% para 0,384 euros, depois de terem chegado a perder 20% durante a manhã.
Após subidas suportadas na expectativa de um desfecho positivo da recuperação judicial da Oi no Brasil (de que a Pharol é o accionista de referência) e de notícias de que o fundo Cerberus estaria a preparar uma proposta de recuperação alternativa, o baixo preço da acção tornou-a num alvo fácil para "especuladores que procuram um trading intra-diário," considera Henrique Romão Dias, gestor da corretora XTB, em nota a que o Negócios teve acesso. Isto numa altura em que as acções ordinárias e preferenciais da Oi somam mais de 1% em São Paulo.
A pesar esteve também a queda do BCP, na terceira sessão de transacção para os novos títulos resultantes do aumento de capital de 1.332 milhões de euros e depois de, no fim-de-semana, em entrevista ao Expresso, o presidente do banco, Nuno Amado, ter excluído a possibilidade de novo reforço de capital da instituição. Os papéis do BCP terminaram o dia nos 14,51 cêntimos, a cair 1,43%, a 0,24 cêntimos do mínimo histórico.
A Jerónimo Martins recuou 0,43% para 16,16 euros, enquanto a Navigator cedeu 0,89% para 3,469 euros. A travar maiores perdas do PSI-20 estiveram EDP e EDP Renováveis, tal como o sector das comunicações, com os CTT a avançarem 1,02% para 4,95 euros e a Nos na linha de água, a perder 0,04%.
Fora do índice, o BPI fechou a subir 3,04% para 0,948 euros, horas depois de a S&P ter subido o rating da instituição mas sem saída do nível "lixo" e na segunda sessão de exclusão do PSI-20 devido ao reduzido free-float. Já a Impresa valorizou 0,59% depois de a SIC ter chegado a acordo com PT para redução de preços na TDT.
No resto da Europa, o sector mineiro e o sector automóvel impulsionam as acções para máximos de Dezembro de 2015 - o Stoxx 600 ganha 0,83% para 370,44 pontos -, valorizações que se acentuaram depois de a Comissão Europeia ter anunciado, a meio da manhã, a revisão em alta das previsões de crescimento para a Zona Euro.
Em Nova Iorque, os três principais índices renovaram máximos históricos na abertura da sessão e ganham cerca de 0,5%, a reflectir a intenção manifestada pelo presidente Donald Trump de apresentar um plano de reforma fiscal "fenomenal" dentro de duas a três semanas.