Notícia
Os 36 maiores bancos europeus em conjunto valem menos que a Apple ou a Microsoft
Ainda em 2014 os maiores bancos europeus valiam mais um bilião de dólares do que a Apple. Isso mudou este ano.
18 de Outubro de 2019 às 18:53
Em conjunto, os maiores bancos europeus passaram a ter um valor de mercado inferior ao de gigantes tecnológicas como a Apple ou a Microsoft.
As 36 maiores instituições bancárias europeias - que estão no índice da Bloomberg que tem as 500 maiores cotadas europeias - têm 28 biliões de dólares (cerca de 25 biliões de euros) em ativos e empregam mais de dois milhões de pessoas. Mas a banca europeia já foi maior e ainda não recuperou da crise, nomeadamente em bolsa onde continua a perder terreno.
Ao todo, esses 36 bancos viram o seu valor de mercado ficar abaixo do valor que empresas tecnológicas como a Apple ou a Microsoft têm sozinhas. Apesar de ter registado alguns períodos de recuperação desde a crise, a banca europeia nunca conseguiu recompor-se em termos de valor de mercado.
Olhando apenas para a banca europeia, é possível concluir que houve pouca melhoria desde a crise financeira de 2008/2009. O valor conjunto está próximo daquele que se registou nos mínimos de 2009, o qual representava o valor mais baixo desde 1995. Em causa estão cotadas com o banco HSCS, BNP Paribas, Crédit Agricole, Deutsche Bank, Commerzbank, Santander, Barclays,
Ainda em 2014 a banca europeia em conjunto tinha um valor de mercado superior a um bilião de dólares face à capitalização bolsista da Apple. No entanto, desde então, o setor tecnológico norte-americano continuou a valorizar em linha com os ganhos de Wall Street enquanto a bolsa europeia, em particular a banca, ficaram para trás.
Esta sexta-feira, numa conferência no Institute of International Finance, em Washington, o chairman do banco austríaco Erste Group Bank, Andreas Treichl, disse que este "marco" conta a história de uma indústria que está a perder fôlego, pelo menos na Europa. Nos EUA, os bancos norte-americanos já há muito que deixaram a crise para trás.
Segundo a Bloomberg, os bancos europeus têm sofrido mais com a política monetária acomodatícia na Europa dado que os juros historicamente baixos duram há mais tempo. Além disso, a banca europeia não tem conseguido competir com os rivais norte-americanos, perdendo quota de mercado a nível mundial.
"A Europa está em constante desvantagem com os EUA e outras partes do mundo que estão a trabalhar no desenvolvimento do mercado de capitais de forma mais rápida do que nós na Europa", alertou Treichl, pedindo aos líderes europeus para irem mais longe no desenvolvimento dos mercados de obrigações e para permitirem os bancos fazerem a titularização de mais empréstimos.
No entanto, para Andreas Treichl há uma área onde os bancos europeus ainda podem ganhar a corrida internacional: o financiamento do esforços para combater a emergência climática. "A Europa ainda tem uma grande hipótese de o fazer, particularmente na área do ambiente e da sustentabilidade", disse, ressalvando, porém, que há uma probabilidade "substancialmente superior a 50%" de que, mesmo assim, a banca europeia "vai fazer asneira" nesta área.
As 36 maiores instituições bancárias europeias - que estão no índice da Bloomberg que tem as 500 maiores cotadas europeias - têm 28 biliões de dólares (cerca de 25 biliões de euros) em ativos e empregam mais de dois milhões de pessoas. Mas a banca europeia já foi maior e ainda não recuperou da crise, nomeadamente em bolsa onde continua a perder terreno.
Olhando apenas para a banca europeia, é possível concluir que houve pouca melhoria desde a crise financeira de 2008/2009. O valor conjunto está próximo daquele que se registou nos mínimos de 2009, o qual representava o valor mais baixo desde 1995. Em causa estão cotadas com o banco HSCS, BNP Paribas, Crédit Agricole, Deutsche Bank, Commerzbank, Santander, Barclays,
Ainda em 2014 a banca europeia em conjunto tinha um valor de mercado superior a um bilião de dólares face à capitalização bolsista da Apple. No entanto, desde então, o setor tecnológico norte-americano continuou a valorizar em linha com os ganhos de Wall Street enquanto a bolsa europeia, em particular a banca, ficaram para trás.
Esta sexta-feira, numa conferência no Institute of International Finance, em Washington, o chairman do banco austríaco Erste Group Bank, Andreas Treichl, disse que este "marco" conta a história de uma indústria que está a perder fôlego, pelo menos na Europa. Nos EUA, os bancos norte-americanos já há muito que deixaram a crise para trás.
Segundo a Bloomberg, os bancos europeus têm sofrido mais com a política monetária acomodatícia na Europa dado que os juros historicamente baixos duram há mais tempo. Além disso, a banca europeia não tem conseguido competir com os rivais norte-americanos, perdendo quota de mercado a nível mundial.
"A Europa está em constante desvantagem com os EUA e outras partes do mundo que estão a trabalhar no desenvolvimento do mercado de capitais de forma mais rápida do que nós na Europa", alertou Treichl, pedindo aos líderes europeus para irem mais longe no desenvolvimento dos mercados de obrigações e para permitirem os bancos fazerem a titularização de mais empréstimos.
No entanto, para Andreas Treichl há uma área onde os bancos europeus ainda podem ganhar a corrida internacional: o financiamento do esforços para combater a emergência climática. "A Europa ainda tem uma grande hipótese de o fazer, particularmente na área do ambiente e da sustentabilidade", disse, ressalvando, porém, que há uma probabilidade "substancialmente superior a 50%" de que, mesmo assim, a banca europeia "vai fazer asneira" nesta área.