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O "lago dos tubarões" nas cotadas mundiais
As campanhas de investidores activistas têm aumentado de ano para ano, com grandes gestores de fundos especulativos a entrarem em cotadas para influenciar as decisões estratégicas dessas empresas.
Protagonizam algumas das maiores batalhas nos mercados financeiros. Montam campanhas para influenciar as estratégias de empresas cotadas e para conseguir um lugar na administração de forma a atingirem os seus objectivos. Tanto podem destruir administrações inteiras, como forçar o aumento da remuneração aos accionistas e a entrada em negócios de consolidação. Recorrem não só a estratégias jurídicas complexas, mas também ao poder mediático para atingirem os seus objectivos.
Os investidores activistas estão a ganhar cada vez mais peso em Wall Street, lançando o debate sobre se são agentes importantes para a eficiência dos mercados ou se, na procura de lucros de curto prazo, acabam por destruir a sustentabilidade das empresas. Nomes como Carl Icahn, Bill Ackman, Dan Loeb e Paul Singer fazem tremer as administrações de cotadas mundiais.
E mesmo gigantes como a Apple e a Yahoo, por exemplo, já sentiram o que é estar na linha de fogo deste tipo de investidores. A criadora do Iphone teve de aumentar a remuneração aos accionistas, após a pressão de Icahn. Já na Yahoo o antigo presidente-executivo, Scott Thompson, teve guia de marcha depois do seu currículo ter sido posto em causa por Loeb. O investidor activista ficou assim com caminho aberto para ganhar lugares no conselho de administração. Este mês foi a AIG a entrar no caminho de Carl Icahn, que já ganhou uma batalha ao poder nomear um administrador.
E os activistas estão para durar. Os montantes alocados em fundos de investimento que seguem estas estratégias não param de crescer, assim como o número de empresas a ser alvo do apetite destes "tubarões" dos mercados financeiros. Em 2015, os activos sob gestão de fundos especulativos que seguiam estas tácticas totalizavam 112 mil milhões de dólares, segundo dados da Hedge Fund Research, citados pela Forbes.
Este tipo de táctica envolve a tentativa de conseguir representação na administração de empresas "num esforço para influenciar as políticas e as directrizes estratégicas", segundo a definição dada pela Hedge Fund Research. O objectivo desta estratégia é de, em alguns casos, tentar influenciar a cotada a "dividir ou vender activos, a realizar desinvestimentos, a aumentar os dividendos ou a recompra de acções e a fazer alterações na gestão".