Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Maus resultados de medicamento para perda de peso levam Novo Nordisk a afundar 29% em bolsa

As ações da empresa tocaram mínimos desde agosto do ano passado e registaram uma das maiores quedas diárias para uma empresa europeia.

Tom Little / Reuters
20 de Dezembro de 2024 às 14:45
  • ...

A gigante farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk viu o seu valor em bolsa levar um corte de cerca de 120 mil milhões de euros esta sexta-feira após resultados abaixo do esperado nos testes clínicos do seu novo medicamento para a perda de peso, o CagriSema. As ações da empresa chegaram a afundar 29,22%, para 526 coroas dinamarquesas, tendo, entretanto, aliviado as perdas para 20,65%, nas 589,70 coroas.

A farmacêutica nórdica esperava que o medicamento resultasse numa perda de peso na ordem dos 25%, no entanto os resultados dos testes clínicos apontaram para uma redução no peso dos pacientes testados de apenas 22,7%.

As ações da empresa tocaram mínimos desde agosto do ano passado e registaram uma das maiores quedas diárias para uma empresa europeia, assinala a Reuters.

Os resultados dos testes são "o pior cenário" para a Novo Nordisk, considera Markus Manns, gestor de portefólio da Union Investment, em declarações à agência noticiosa. "O CagriSema é apenas tão eficaz como o Zepbound [da rival norte-americana Eli Lilly], mas é muito mais complexo de produzir", argumenta.

O mercado não ficou convencido com as palavras de Martin Holst Lange, vice-presidente executivo para Desenvolvimento na Novo Nordisk, que classificou os resultados como "encorajadores", sublinhando que apenas 57% dos pacientes testados tinham utilizado a dose mais elevada do fármaco.

Mas esse dado pode significar, de acordo com Alexander Jenke, da Medical Strategy, que existam problemas de tolerância em alguns pacientes, nomeadamente taxas mais elevadas de efeitos secundários como náuseas, vómitos ou diarreia.

No entanto, o analista da Nordea Michael Novod aponta para outra hipótese: que alguns pacientes tenham parado o tratamento após alcançarem a perda de peso que consideraram satisfatória. Já Simon Baker, da Redburn Atlantic, não vê os resultados dos testes com uma luz tão negativa, considerando que uma perda de peso na ordem dos 23% possa ser comercialmente viável no longo prazo.

"A queda de 29% nas ações é completamente desproporcionada, mas havia grande expectativa quanto aos resultados dos testes e vai demorar algum tempo até as ações estabilizarem", disse.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio