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Martifer soma 25% em bolsa nas últimas três sessões

As acções da Martifer dispararam mais de 15% nesta quarta-feira, levando os títulos à cotação mais elevada desde meados de Junho. Os investidores institucionais estarão fora do título, o que deixa espaço para oscilações mais bruscas. Além disso, a estratégia de comunicação, assente na corrida aos Estaleiros de Viana e nos novos projectos na energia social, também justifica a evolução.

Sábado
09 de Outubro de 2013 às 18:18
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Há três dias que a Martifer tem vindo a registar subidas expressivas em bolsa. Com o avanço desta quarta-feira, as acções do grupo de construção metálica e de energia social acumulam uma valorização de 25%.

 

Depois de ganhos superiores a 3% nas duas primeiras sessões da semana, os títulos da empresa presidida por Carlos Martins (na foto) avançaram 15,79% esta quarta-feira.

 

Cada acção da Martifer fechou a valer 0,66 euros, a cotação mais elevada desde 7 de Junho. A subida de 25% representa a comparação com os 0,53 euros a que negociava na sexta-feira passada. Foram transaccionadas 594 mil acções da empresa quando a média diária é de 44 mil títulos trocados por dia.

 

Os analistas e operadores contactados pelo Negócios não encontram uma justificação óbvia para esta evolução. As últimas contas da empresa, relativas aos primeiros seis meses do ano, apontam para prejuízos superiores a 48 milhões de euros, quase cinco vezes as perdas no mesmo período do ano passado.

 

Ainda assim, poderá haver questões que explicam a recente subida da empresa. “A Martifer tem uma política de comunicação com o mercado (Estaleiros Navais de Viana do Castelo, novos projectos no Solar, etc.) razoavelmente eficaz”, começa por apontar o analista José Mota de Freitas, da casa de investimento da Caixa Geral de Depósitos.

 

No caso da corrida à subconcessão dos terrenos e das infra-estruturas dos estaleiros, a Martifer, com a sua participada Navalria (a sua participada que explora os estaleiros navais de Aveiro), é a única empresa a concorrer, depois dos russos da RSI terem sido excluídos. O júri deverá validar a proposta deste agrupamento ainda esta semana, sendo que a decisão de subconcessionar os terrenos deverá ser tomada, pelos próprios Estaleiros Navais de Viana do Castelo, até ao final do mês.

 

Bancos e fundos fora da acção

 

A comunicação não é a única pista que permite olhar para o recente desempenho em bolsa da empresa. “Creio que os investidores institucionais [bancos, fundos de investimento, etc] estão fora do título há algum tempo, o que ajuda a explicar as oscilações bruscas”, acrescenta o mesmo especialista. Deixado a investidores particulares, torna-se mais provável existirem variações bruscas, como a desta quarta-feira.

 

José Mota de Freitas também reparou num padrão recente da empresa: um “maior envolvimento da Mota-Engil na gestão” da Martifer. O último ponto foi a cooptação de Mário Matias, da Ascendi, como administrador com o pelouro financeiro da empresa. 60% da Ascendi, que detém participações em várias concessões rodoviárias, pertencem à Mota-Engil (os restantes 40% ao Grupo Espírito Santo).

 

A Martifer é uma empresa da área de construções, alumínios e energia solar com a I’M (dos Irmãos Martins - o presidente e vice-presidente) como principal accionista, com uma participação de 42,64% em Agosto. A construtora Mota-Engil é a sua segunda maior accionista com 37,50%. Juntas, e no seio de um acordo parassocial, ambas têm uma posição de 80% na empresa nacional. O restante capital, 19,86%, encontra-se disperso em bolsa.

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