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Maior produtor de chips da China quer angariar 2,5 mil milhões em bolsa
As tensões comerciais entre Estados Unidos e a China podem beneficiar as vendas da chinesa SMIC dentro do seu país, e a empresa quer estar preparada.
A Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) quer passar a cotar em Xangai, numa operação em que pretende angariar 20 mil milhões de yuan, o equivalente a 2,5 mil milhões de euros.
Este produtor procura financiamento numa altura de tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos, que pode ditar que esta empresa tenha de assumir uma maior fatia de produção. A indústria dos semicondutores na China é vista como consideravelmente menos desenvolvida que a dos Estados Unidos, estando portanto o país asiático a esforçar-se por ser mais autossuficiente neste eixo.
A Huawei é uma das empresas chinesas que tem sido alvo frequente de sanções pelos Estados Unidos. Depois de, já no ano passado, Washington ter colocado esta empresa chinesa na sua "lista negra", dificultando o negócio com entidades norte-americanas, no passado mês de maio foi a vez de aprovar uma legislação que prevê que fabricantes estrangeiros que usem chips norte-americanos tenham de requerer uma licença antes de venderem semicondutores à Huawei.
Esta nova regra aprovada pela Casa Branca deverá afetar a habilidade da Huawei de obter chips do atual fornecedor, de sede no Taiwan, a Taiwan Semiconduct Manufacturing Company.
No prospeto para a entrada em bolsa, a SMIC refere mesmo as tensões entre as duas maiores economias do mundo como uma força impulsionadora da atividade. A injeção de capital servirá, precisamente, para expandir a capacidade de produção. Já no último mês, a SMIC conseguiu levantar 2,2 mil milhões de dólares junto de investidores estatais.
Esta terça-feira, a SMIC está a valorizar 2,86% para os 18,70 dólares de Hong Kong, na bolsa desta cidade, onde já é cotada. Durante a sessão, chegou a disparar 5,17%.