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InterCement ainda tem 22 milhões de acções da Cimpor por adquirir

Para retirar a Cimpor de bolsa, a brasileira InterCement disponibilizou-se a comprar 29 milhões de acções. Ainda estão 75% por adquirir. Se não venderem até 26 de Dezembro, os accionistas ficam sem hipótese de desfazerem-se dos títulos.

Bruno Simão/Negócios
27 de Novembro de 2017 às 16:07
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Das 29,9 milhões de acções da Cimpor que a InterCement poderia ter de comprar para retirar a cimenteira de bolsa, ainda estão 22,4 milhões, ou 75%, por adquirir. Dentro de um mês, os accionistas perdem a hipótese de venda.

 

"Em termos acumulados, até ao final do 2.º mês de vigência da ordem permanente de compra a InterCement Austria Holding GmbH adquiriu 7.543.435 acções representativas do capital social da Cimpor, pelo que ficam por adquirir um máximo de 22.364.168 acções", assinala um comunicado divulgado na sexta-feira passada, 24 de Novembro, pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Iniciada a 26 de Setembro, a ordem permanente de compra de acções da Cimpor foi lançada para dar uma oportunidade de saída aos accionistas que não votaram a favor a deliberação de perda da qualidade de sociedade aberta da cimenteira liderada por Ricardo Lima (na foto), dinamizada pela InterCement.

 

Nessa ordem, a "holding" que pertence ao grupo brasileiro Camargo Corrêa, e que controla 95% da Cimpor, poderia ter de comprar 29,9 milhões de acções da empresa portuguesa a 34 cêntimos cada. No total, o investimento poderia ascender a 10,2 milhões de euros, valor depositado enquanto caução junto do Haitong Bank.

 

A ordem permanente de compra que se estende até 27 de Dezembro consubstancia-se, na prática, na compra dos títulos dos accionistas que derem a sua ordem de venda. Foi o que fizeram até agora os titulares de mais de 7,5 milhões de acções, o que quer dizer que, até esta sexta-feira, foram gastos 2,6 milhões de euros na ordem pela InterCement. 

 

Apesar da ordem permanente de compra, não haverá aquisição potestativa: ou seja, quem não quiser vender na ordem, não será obrigado a vender nem terá oportunidade de fazê-lo a partir de 27 de Dezembro. Não vendendo, ficam accionistas de uma empresa fora de mercado regulamentado, ou seja, com menor liquidez e com menores possibilidades de alienarem as suas posições. 

 

Dono da cimenteira desde 2012, quando lançou a oferta pública de aquisição a 5,50 euros, a InterCement quis retirar a Cimpor de bolsa em 2017. Ainda que sublinhando que manteria as actividades da empresa nas geografias sem alterações, a empresa optou por retirá-la no mercado depois de não ter conseguido capitalizá-la e dando como justificação a reduzida dispersão em bolsa dos títulos.

 

Aprovada pela CMVM a 26 de Setembro, a readmissão da empresa ao mercado regulamento português é impossível no prazo de um ano.

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