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Participada argentina da Cimpor pede para ser cotada nos EUA
A cimenteira argentina Loma Negra, participada da Cimpor, apresentou à entidade reguladora dos mercados de capitais nos EUA o pedido para vir a ser cotada na bolsa norte-americana.
"No âmbito das iniciativas que a Cimpor se encontra a desenvolver tendo em vista a redução da sua alavancagem financeira, a companhia informa que o conselho de administração da sua subsidiária na Argentina, Loma Negra, continua a promover iniciativas que permitam dotar a Loma Negra dos requisitos necessários para promover uma oferta de capital nos mercados de capitais doméstico e internacionais", anunciou a Cimpor em comunicado divulgado junto da CMVM esta quarta-feira, 6 de Setembro.
Neste enquadramento, acrescenta o comunicado, a Cimpor submeteu esta quarta-feira à U.S. Securities and Exchange Commission (SEC – entidade reguladora dos mercados de capitais nos EUA, à semelhança da CMVM em Portugal) o documento F1 (Registration Statement Under the Securities Act of 1933).
Este documento, sublinhe-se, é o exigido pela SEC para o registo de determinados títulos por parte de emitentes estrangeiros.
A declaração de registo relativa aos títulos representativos do capital social da Loma Negra apresentada na SEC não é ainda efectiva, refere o comunicado. "Estes títulos não podem ser vendidos, nem ofertas para a sua aquisição podem ser aceites, antes de a referida declaração de registo se tornar efectiva".
A Cimpor sublinha ainda que "este anúncio não constitui uma oferta de venda ou solicitação de oferta de compra de títulos, nem haverá qualquer venda destes títulos em qualquer jurisdição em que tal oferta, solicitação ou venda seja ilegal antes do registo ou qualificação nos termos da lei de valores mobiliários dessa jurisdição".
"Estamos convictos de que, actualmente, a retoma económica da Argentina constitui uma das mais atractivas oportunidades nos mercados emergentes globais", frisou a Loma Negra no seu pedido de entrada em bolsa, citada pelo Market Watch.
O consumo de cimento, acrescentou a Loma Negra, "está altamente correlacionado com a actividade económica e prevemos que a procura de cimento irá crescer significativamente nos próximos cinco anos na Argentina".
No primeiro semestre, a participada argentina da Cimpor registou receitas de 401,8 milhões de dólares, contra 594,9 milhões em todo o ano de 2016. Já os lucros ascenderam a 41,7 milhões de dólares entre Janeiro e Junho deste ano, quando no ano passado totalizaram 30,2 milhões.
De acordo com o Market Watch, as ADS (American Depositary Shares) da Loma Negra deverão negociar na Bolsa de Nova Iorque com o símbolo (ticker) LOMA. Os subscritores incluem o Bank of America Merrill Lynch, o Citigroup e a unidade de banca de investimento do banco brasileiro Bradesco.
Os ADR (American Depositary Receipts) são certificados de depósito representativos de acções de empresas estrangeiras, negociadas em bolsa no país de origem, que são transaccionados em bolsas norte-americanas como se de acções se tratassem.
Por seu lado, as ADS são as acções que cada ADR representa. Ou seja, a ADS é a acção negociada, ao passo que o ADR representa um conjunto de ADS. A título de exemplo, se um investidor quiser aplicar dinheiro na Loma Negra (isto quando já estiver cotada nos EUA), terá de ir a um corretor comprar o número de ADR correspondente à quantidade de acções que pretende adquirir. No caso da antiga PT SGPS (agora Pharol), por exemplo, que saiu da bolsa norte-americana em 2015, cada ADS representava uma acção ordinária da empresa.
A Cimpor, detida em 94,2% pela brasileira InterCement, do grupo Camargo Corrêa, viu ser aprovada a sua saída de bolsa na assembleia-geral do passado dia 21 de Junho.
Os accionistas minoritários da Cimpor contestaram, em tribunal, as deliberações desta assembleia-geral, mas a Cimpor acredita que as acções são desprovidas de fundamento.