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Cimpor reduz prejuízos para 199 milhões até Junho

O atraso na recuperação do mercado brasileiro forçou a cimenteira ao registo de uma imparidade de activos de 192 milhões de euros, afectando o resultado líquido. O capital próprio atribuível a accionistas era, no fim de Junho, negativo em 766,9 milhões de euros, garantindo a administração do grupo que tem em curso um conjunto de acções.

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13 de Setembro de 2017 às 17:25
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A Cimpor registou no primeiro semestre deste ano um resultado líquido negativo de 198,6 milhões de euros, um valor que a empresa justifica com o reconhecimento de imparidades dos activos no Brasil, mas que ainda assim representa uma melhoria face às perdas de 526,7 milhões registadas no final de Junho de 2016.

No relatório financeiro intercalar consolidado do primeiro semestre, divulgado esta quarta-feira, a cimenteira refere que "o atraso nas perspectivas de recuperação do mercado brasileiro requereu o reconhecimento de imparidades dos activos no Brasil correspondentes a projectos de aumento de capacidade que não encontram no presente momento os requisitos de procura necessários à sua persecução".

Segundo explica, o atraso na recuperação do mercado brasileiro forçou o registo de uma imparidade de activos de 192 milhões de euros.

A empresa sublinha, contudo, que este registo "assume características de reversibilidade se e quando os pressupostos de rentabilidade destes projectos se alterarem".

Nos primeiros seis meses deste ano a Cimpor registou um volume de negócios de 920,9 milhões de euros, o que significa um aumento de 2,6% face ao período homólogo de 2016.

"Um ajuste do preço médio de 10% compensou as menores vendas", explica a Cimpor, acrescentando que "a unidade de negócio Argentina incorporou a inflação dos custos nos preços, o Paraguai cresceu via volume tal como Portugal, e a unidade de negócios sul-africana superou o mercado local abordando novos segmentos de mercado".

Também os cash cost operacionais cresceram 3,9% para 755,2 milhões.

O EBITDA da cimenteira recuou 2,6% para 165,7 milhões de euros, salientando a cimenteira que este indicador se manteve "estável se excluídos os custos não recorrentes, e aumentando 4% se também excluídos os efeitos da gestão de licenças de CO2".

A 30 de Junho de 2017, de acordo com a Cimpor, o capital próprio atribuível a accionistas era negativo em 766,9 milhões de euros. Contudo, o conselho de administração da cimenteira sublinha que "tem em curso um conjunto de acções, quer ao nível operacional, quer ao nível da sua política de financiamento, visando incrementar os seus níveis de eficiência e produtividade e, simultaneamente, a redução do nível de alavancagem".

A Cimpor registou uma dívida líquida de 3.371 milhões de euros a 30 de Junho, em linha com 31 de Dezembro de 2016, e 4% abaixo de 31 de Março último, beneficiando em 77 milhões da recente alienação de 19,2% da sua participação na Estreito Participações, subsidiária detida pelo grupo e detentora da participação de 4,44% no capital social do consórcio explorador Consórcio Estreito Energia Usina Hidrelétrica Estreito.

Esta transação, acrescenta, sucede às já anunciadas Barra Grande e Machadinho, completando a alienação de activos energéticos, definida no programa de fortalecimento do capital da empresa. Também no âmbito das iniciativas para redução do nível de endividamento da companhia, a Cimpor progrediu nos projectos de alienação de participações minoritárias nas suas subsidiárias, em especial da Loma Negra, na Argentina.

O grupo acrescenta que continuou a promover iniciativas que permitam dotar aquela subsidiária dos requisitos necessários para promover uma oferta de capital nos mercados de capitais argentino e internacionais, tendo já este mês efectuado o registo junto da norte-americana Securities and Exchange Commission da oferta.



Procura em Portugal cresce 20%

A procura de cimento em Portugal deverá ter subido cerca de 20% e as exportações da Cimpor recuperaram 15%, salienta ainda a empresa controlada pela brasileira InterCement, do grupo Camargo Corrêa.Até Junho o volume de negócios em Portugal cresceu 13,6% para 130 milhões de euros.

O mercado que registou o maior crescimento foi a Argentina, na ordem dos 34%, registando o maior contributo para o volume de negócios da Cimpor, de 360 milhões de euros.

O Brasil manteve-se como segundo mercado, gerando 230 milhões no semestre, valor que representa uma quebra de 10,5% em termos homólogos.

No Paraguai o volume de negócios cresceu por seu lado 33,8% e na África do Sul o aumento foi de 35,4%.

Em sentido contrário, em Cabo Verde houve um recuo de 14,1%, no Egipto de 53,5% e em Moçambique de 28,1%.





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