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Impresa afunda e perde mais de 30% desde cancelamento da emissão de dívida

A Impresa recuou 10%, mantendo a recente tendência negativa. A subida causada pela compra da Media Capital pela Altice não tem garantido ganhos à dona do Expresso. A Cofina, que está a integrar fisicamente as suas redacções, também cedeu terreno.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Setembro de 2017 às 18:09
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A Impresa afundou, esta quarta-feira, 10%. Foi o terceiro dia seguido de recuos, que levou a cotada a tocar em valores inéditos desde Maio, altura em que se especulava que poderia haver movimentações no sector dos media. Desde que se concretizou essa ideia, com a compra da Media Capital pela Altice, a Impresa já perdeu 37% do seu valor. O deslize é de 31% quando se compara com a data em que a empresa cancelou a emissão de dívida que iria permitir gerir o seu endividamento.

 

Esta quarta-feira, as acções da Impresa fecharam a valer 27 cêntimos, o que não ocorria desde Maio. A empresa detentora do semanário Expresso não encerrava abaixo da barreira dos 30 cêntimos desde o início de Junho.

 

O volume foi hoje mais de três vezes superior ao da sessão anterior (842 mil títulos negociados) e o maior desde 24 de Agosto. Foi nesse dia que se soube que a firma liderada por Francisco Pedro Balsemão (na foto) estava a promover uma reformulação do seu portefólio estando a considerar a venda ou encerramento da área de revistas, em que a Visão é a principal marca.

 

Essa venda ocorre depois de a empresa de media não conseguir promover a colocação de dívida em que pretendia pedir 35 milhões de euros emprestados a investidores qualificados. Um dos objectivos da operação, que foi cancelada, era refinanciar uma dívida de 30 milhões que tem de reembolsar no próximo ano. Aliás, a queda desta quarta foi a mais expressiva desde a sessão após esse adiamento, em que os títulos recuaram quase 14% na bolsa de Lisboa, naquela que foi a maior descida diária da Impresa.

 

A especulação de eventuais movimentações nos media – sector que tem vindo a ser prejudicado pela quebra da circulação paga nas edições impressas e com a descida da publicidade – acaba por não sustentar a cotação da empresa, como ocorreu a partir de Abril. Em Julho, a Altice revelou que quer comprar a Media Capital, dona da TVI, o que prometia vir a alterar o sector dos media. A Impresa já se inscreveu como interessada na análise que está a correr na Autoridade da Concorrência. Contudo, desde o anúncio da operação, a Impresa já perdeu 37%.

 

Directamente visada neste negócio, a Media Capital não negociou esta quarta-feira, estando nos 3,50 euros - a liquidez sempre foi reduzida. A Altice comprou 95% da empresa à Prisa, mas o restante está cotado em bolsa, dispersa por outros investidores. Através da Meo, a compradora oferecia uma contrapartida de 2,5546 euros por essas acções, mas a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários determinou que seria um auditor independente a ditar esse valor.

 

Cofina perde 1% em dia sem liquidez

 

Ainda no sector, a concorrente Cofina, dona do Negócios e do Correio da Manhã, perdeu igualmente terreno esta quarta-feira. A empresa presidida por Paulo Fernandes cedeu 0,94% para 0,42 euros no dia em que foi noticiado que está a avançar com uma integração física das suas redacções, incluindo Correio da Manhã, Negócios e revista Sábado, com o intuito de corte de custos. A empresa promoveu um despedimento colectivo este ano, concretizando-se com a saída de 65 funcionários.

 

Na sessão, e ao contrário do que ocorreu com a Impresa, não houve uma troca de acções intensa: foram transaccionadas apenas 3 mil acções, quando a média diária é 202 mil.

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