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PSI-20 em mínimos de janeiro com setor papeleiro a penalizar

A guerra comercial entre os EUA e a China tem sido um peso constante no desempenho dos mercados acionistas. O Stoxx 600 está em mínimos de março, enquanto o PSI-20 cai para os níveis mais baixos desde janeiro.

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A bolsa nacional fechou em queda na sessão desta quarta-feira, 29 de maio, a acompanhar o sentimento negativo do resto da Europa, num dia em que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China voltou a agravar as preocupações dos investidores.

A disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo tem sido um peso constante no desempenho dos mercados acionistas. Esta quarta-feira, foram dois os novos eventos em torno deste conflito: a Huawei entregou novos documentos à justiça norte-americana no sentido de acelerar a decisão do processo que instaurou contra os Estados Unidos, enquanto as autoridades chinesas estão a estudar interromper o fornecimento a empresas norte-americanas de metais raros, essenciais ao desenvolvimento de produtos tecnológicos.

"As notícias da China estão deixar os investidores cada vez mais nervosos. Não sei qual poderá ser o desfecho das tarifas ou os estragos feitos por esta medida", comenta um analista da Frost Investment Advisors, citado pela Bloomberg. "É um exercício de equilíbrio para os investidores e para o mercado. É incrível como a confiança dos consumidores e dos investidores têm estado a resistir", acrescenta.

Certo é que as bolsas têm sido penalizadas, com frequência, pelos avanços e recuos das duas potências. O Stoxx 600, índice que reúne as maiores cotadas europeias, encerrou hoje a desvalorizar 1,38% para os 370,70 pontos, os níveis mais baixos desde março. A penalizar as bolsas europeias estiveram, sobretudo, os setores do retalho e da tecnologia, que registaram quebras em torno dos 2%. 

Por cá, o PSI-20 seguiu a mesma tendência e caiu 1,19% para os 5.045,81 pontos, um mínimo desde janeiro deste ano. Todas as cotadas fecharam em queda, à exceção da EDP Renováveis.

O setor papeleiro foi aquele que registou as quebras mais expressivas, com a Altri a deslizar 4,61% para os 5,89 euros por ação. Já a Navigator perdeu 2,9% para os 3,21 euros, um mínimo desde março de 2017, enquanto a Semapa caiu 1,1% para os 12,58 euros, o valor mais baixo desde dezembro de 2016.

Também o setor energético negociou no vermelho, num dia em que o petróleo desvalorizou nos mercados internacionais para mínimos de março, também penalizado pela guerra comercial, que agrava os receios em torno de uma quebra da procura mundial. O barril de Brent, que serve de referência para as importações nacionais, está a cair quase 2% e negoceia na casa dos 68 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, cede 3% para a casa dos 57 dólares por barril.

Neste cenário, a Galp caiu em 0,94% para os 13,73 euros por ação, enquanto a EDP perdeu 1,91% para os 3,29 euros e a REN cedeu 0,2% para os 2,44 euros.

Destaque ainda para o setor do retalho, com a Sonae a desvalorizar 1,29% e a Jerónimo Martins a perder 1,01% para os 13,75 euros, acompanhando o movimento do setor a nível europeu.

A EDP Renováveis foi a única cotada entre as 18 do PSI-20 a contrariar a tendência, ao subir 1,26% para os 8,85 euros. A energética continua a reagir assim à revisão feita pelo BBVA, que na terça-feira melhorou a recomendação dos títulos da empresa e aumentou o preço-alvo de 8,12 euros para 10 euros por ação.
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