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Galp valoriza com aumento do dividendo a compensar corte de estimativas
O BPI diz que a revisão das perspetivas já era aguardada e que o valor do dividendo ficou acima do esperado. As ações arrancaram a sessão em queda mas já seguem em alta.
As ações da Galp Energia iniciaram a sessão em terreno negativo, reagindo aos resultados abaixo do esperado e revisão em baixa do "guidance". Mas o aumento do valor do dividendo acabou por ganhar preponderância, o que colocou os títulos em terreno positivo.
A Galp Energia segue agora a valorizar 1,31% para 13,565 euros. As ações já estiveram a subir 1,38%, depois de na abertura terem recuado 1,9% para 13,135 euros, o valor mais baixo desde julho de 2017.
A Galp Energia fechou 2018 com um resultado líquido ajustado de 707 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 23% face ao ano anterior. No quarto trimestre, a Galp alcançou lucros de 109 milhões de euros, 42% abaixo do registado no mesmo período de 2017 e abaixo das projeções dos analistas, que apontavam para 124 milhões de euros.
A petrolífera anunciou ainda que vai aumentar os dividendos a pagar aos acionistas pelo segundo ano consecutivo. Propõe 0,63 euros por ação, um aumento de 15% em relação ao ano anterior.
De acordo com os cálculos do Negócios, o "payout" é de 74%. a Galp Energia vai entregar aos acionistas 522,4 milhões de euros, o que representa 74% dos lucros obtidos. Ao dividendo total de 63 cêntimos (a empresa já pagou em Setembro 27,5 cêntimos por ação) corresponde uma rendibilidade ("dividend yield") de 4,7%, o que o BPI diz estar mais alinhado com a média do setor (5%).
Revisão do "guidance" já era esperada
A Galp Energia decidiu também atualizar as suas projeções de resultados para o futuro, que ditam valores mais baixos para a produção de petróleo e para o EBITDA.
Numa nota com a reação a estes resultados, o BPI salienta que os resultados ficaram abaixo do esperado e que já aguardava uma revisão das metas. O banco tinha há dias cortado a avaliação das ações em 8% e refere que o novo "guidance" da petrolífera está agora alinhado com as suas previsões.
A Galp Energia estima que a produção atinja 140 mil barris diários de petróleo e gás (kboepd) em 2020, o que se situa abaixo da anterior meta de 150 mil barris. O BPI diz que esta revisão estará relacionada com os ajustamentos efetuados nos campos brasileiros Lula e Iara.
No que diz respeito ao EBITDA para este ano, a Galp projeta valores entre 2,1 e 2,2 mil milhões, quando segundo o BPI o mercado está a apontar para 2,6 mil milhões de euros. No ano passado a Galp gerou um EBITDA de 2,2 mil milhões de euros.
Pela positiva há a destacar a proposta de remuneração aos acionistas, que "ficou acima das expectativas", que apontavam para a manutenção de um dividendo de 55 cêntimos por ação, refere o BPI.
"Os resultados confirmam a expectativa de uma revisão em baixa no ‘guidance’ devido aos atrasos na entrada em produção de alguns FPSO (plataforma petrolíferas), enquanto o ‘upgrade’ no dividendo foi uma surpresa positiva", refere a nota de "research" do BPI.
O BPI mantém uma recomendação "neutral" para as ações, com um preço-alvo de 15,60 euros.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.