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Lucros da Galp sobem 23% com aumento da produção e preço do petróleo

A unidade de exploração e produção de petróleo já representa quase dois terços do EBITDA. A petrolífera actualizou as suas estimativas e aponta para um EBITDA em linha com o registado no ano passado.

Petrobras
11 de Fevereiro de 2019 às 07:00
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A Galp Energia fechou 2018 com um resultado líquido ajustado de 707 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 23% face ao ano anterior, anunciou a empresa em comunicado à CMVM, dando conta que esta melhoria é explicada pelo aumento da produção petrolífera, bem como pelo preço mais elevado da matéria-prima.

Tendo em conta apenas o quarto trimestre, a Galp alcançou lucros de 109 milhões de euros, 42% abaixo do registado no mesmo período de 2017.

No que diz respeito ao EBITDA ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), aumentou 24% para 2,2 mil milhões de euros em 2018, sendo que no quarto trimestre aumentou 4% para 493 milhões de euros.

Os lucros do quarto trimestre ficaram abaixo das projeções dos analistas, que apontavam para 124 milhões de euros, enquanto o EBITDA do mesmo período ficou em linha com as estimativas (494 milhões de euros).

Em fevereiro de 2018, quando atualizou o seu plano de investimentos até 2020, a Galp apontava para um EBITDA entre 1,8 e 1,9 mil milhões no ano passado, uma projeção que foi largamente superada.

A Galp Energia vai aumentar os dividendos a pagar aos acionistas pelo segundo ano consecutivo, anunciou a empresa no comunicado com a apresentação de resultados de 2018. "A proposta de dividendo a apresentar na assembleia geral de acionistas relativo ao ano fiscal de 2018 é de 0,63 euros por ação, um aumento de 15% em relação ao ano anterior", refere o comunicado.

Produção & Exploração pesa cada vez mais

O negócio da Produção & Exploração de petróleo tem um peso cada vez maior na Galp Energia, sendo que os resultados de 2018 mostram isso mesmo.

No comunicado, a Galp assinala que quase dois terços do EBITDA do ano passado foi proveniente das atividades de Exploração & Produção (E&P), enquanto em 2017 representava menos de metade. A unidade de E&P gerou um EBITDA de 1.440 milhões de euros, mais 69% do que em 2017.

Em 2018 a Galp aumentou a produção total em 15% para uma média de 107,3 mil barris diários de petróleo e gás (kboepd). A produção líquida (descontando os impostos pagos no país de origem) subiu 16% para 105,9 barris diários, "com contributos positivos tanto do Brasil, como de Angola".

"O aumento da produção reflete a entrada em operação e consequente aumento de produção das unidades flutuantes do tipo FPSO instaladas nos campos de águas ultraprofundas do pré-sal da bacia de Santos, no Brasil", sendo que a "entrada de uma nova unidade do mesmo tipo no Bloco 32, no Kaombo Norte, permitiu que o contributo de Angola para a produção total da Galp voltasse a ser positivo, mais do que compensando o declínio do bloco 14", refere a empresa em comunicado.

No que diz respeito ao preço de venda do petróleo, também teve um efeito positivo nas contas da Galp Energia. A cotação da matéria-prima viveu um ano de 2018 volátil, com uma forte subida nos primeiros nove vezes e uma queda acentuada nos últimos três. Contudo, a Galp destaca que o preço da matéria-prima contribuiu "de forma significativa para a evolução positiva do EBITDA do E&P".

Segundo a Galp, o valor médio de venda de cada barril situou-se em 62,6 dólares em 2018, contra 47,6 dólares em 2017. Para este ano a empresa está a contar com uma descida ligeira para 60 dólares, e uma recuperação em 2020, para 65 dólares.

Paragem de refinarias penaliza

A penalizar as contas da Galp estiveram as "paragens programadas" nas refinarias de Sines e Leixões, o que originou uma descida de 21% no EBITDA da unidade de Refinação & Distribuição (R&D), para 610 milhões de euros em 2018.

Estas paragens de refinarias serviram para instalar novos equipamentos, o que somado à modernização da rede de retalho, representou um investimento de 258 milhões de euros.

No que diz respeito à unidade de Gas & Power, o EBITDA de 2018 aumentou 4% para 137 milhões de euros. As vendas de gás natural subiram 4% e de eletricidade ficaram estáveis.

Investimento baixou mais do que o previsto

 

A Galp Energia fechou 2018 com uma dívida líquida de 1,7 mil milhões de euros, o que traduz uma descida de 162 milhões face a setembro e representa 80% (0,8 vezes) do EBITDA gerado no ano.

No total a Galp realizou investimentos de 899 milhões de euros no ano passado, tendo a unidade de E&P representado 70% do valor global. Destes, 103 milhões estão relacionados com aquisições no Brasil.

Em fevereiro do ao passado a Galp projetava que o investimento de 2018 iria ficar entre os mil milhões e os 1,1 mil milhões de euros, depois de em 2017 ter recuado 17% para 1.008 milhões de euros. O valor final acabou assim por ficar substancialmente abaixo do estimado, sendo que o valor indicativo para o futuro é de investimento de mil milhões de euros por ano.

O free cash flow (FCF) atingiu 619 milhões de euros em 2018, um aumento face ao homólogo de 11%. Após o pagamento de dividendos sobrou 142 milhões de euros.

EBITDA deve estabilizar este ano

No comunicado com a apresentação de resultados de 2018, a Galp alterou algumas das projeções que tinha avançado ao mercado em fevereiro passado.

Aponta agora para um cash flow das atividades operacionais (CFFO) a aumentar entre 10 e 15% ao ano no período entre 2018 e 2020.

O EBITDA de 2019 deverá situar-se entre 2,1 mil milhões e 2,2 mil milhões em 2019, o que está em linha com o atingido em 2018 (2,2 mil milhões de euros) e pressupõe um aumento entre 8 a 12% na produção petrolífera e o preço de venda do barril de petróleo nos 60 dólares.

A partir de 2020 o EBITDA deverá situar-se acima de 3 mil milhões de euros, sendo que a empresa estima investir mil milhões de euros por ano, em linha com o "guidance" já avançado há um ano.


(notícia atualizada com mais informação)

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