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Empresas familiares rendem mais em bolsa e há uma portuguesa entre as melhores
O "ranking" do Credit Suisse incluiu 1.015 empresas, seis das quais são portuguesas. E uma delas está entre as melhores a nível europeu.
É já uma tradição. Todos os anos o Credit Suisse divulga o seu relatório sobre empresas familiares e, mais uma vez, o banco volta a concluir que as empresas onde a família domina o capital apresentam um desempenho superior em bolsa. A novidade este ano é que há uma empresa portuguesa na lista das melhores a nível europeu.
O estudo do Credit Suisse considera empresas familiares companhias cujos fundadores ou descendentes tenham uma participação directa de pelo menos 20% no seu capital ou pelo menos 20% dos direitos de voto. E, segundo as conclusões do estudo, o "efeito família" permaneceu intacto, em 2017, com as companhias familiares a superarem o índice em 700 pontos. Esta tem sido, aliás, a tendência dos últimos anos.
Desde 2006, as empresas familiares superam em cerca de 300 pontos base o índice. Estas empresas apresentam um desempenho superior nos principais mercados accionistas e em termos sectoriais.
"Ter um foco de investimento de longo prazo fornece às empresas a flexibilidade para se distanciarem do calendário de resultados trimestrais e focarem-se no ciclo de crescimento, margens e retornos", refere o relatório, que considerou para o estudo 1.015 empresa, com uma capitalização bolsista de 250 milhões de dólares, ou mais.
No continente europeu foram incluídas 226 empresas, localizadas em 15 países, sendo que França, Alemanha e Suíça destacam-se como as que têm maior representatividade neste índice. Portugal também entra nesta lista com seis empresas. Em termos de desempenho, as empresas familiares europeias superaram o desempenho do mercado em 474 pontos desde 2006.
Semapa na lista das melhores
Na lista das 30 melhores na Europa surge, este ano, uma empresa portuguesa. A Semapa apresenta um retorno de 21% a três anos e de 22% a cinco anos, o 16.º melhor desempenho a nível europeu. A companhia, que detém a Navigator, tem sido uma das mais rentáveis na bolsa lisboeta.
A liderar a lista das mais rentáveis está, porém, a alemã Nemetschek, com um retorno de 37% a três anos, sendo seguida por mais três empresas germânicas: Sartorius, Grenke e Sixt.
"Quando olhamos para as 30 empresas familiares com melhor desempenho na Europa, notamos uma contribuição acima da média do sector financeiro e da saúde", explica o mesmo documento, que nota ainda que são as empresas de pequena e média dimensão que lideram a lista das mais rentáveis.
Em termos de capitalização bolsista, as maiores empresas são a Alphabet, com um valor de mercado superior a 856,5 mil milhões de dólares, o Facebook e a Alibaba, com capitalizações de 536,1 e 463 mil milhões de dólares, respectivamente.