O Deutsche Bank considera que a turbulência nos mercados globais é "muito grave" já que enfraquece as perspectivas de crescimento a nível mundial. Esta segunda-feira, os mercados estão a ser fortemente penalizados pelos receios em torno da China, que estão a ter impacto nas acções, dívida, divisas e matérias-primas em todo o mundo.

"Esperamos alguns ajustamentos nas perspectivas económicas mundiais – desencadeadas especialmente por um crescimento mais fraco nos mercados emergentes", afirmou, em declarações à Bloomberg, Henning Gebhardt, director global de acções da unidade de investimento do Deutsche Bank. "O baixo preço do petróleo e a mudança nas perspectivas económicas vão criar uma nova ronda de cortes nos resultados globais".

As bolsas mundiais perderam cinco biliões de dólares desde que a China decidiu, inesperadamente, desvalorizar a sua moeda, no dia 11 de Agosto, para impulsionar as exportações e o crescimento da economia.

O Deutsche Bank admite que as quedas poderão durar mais algum tempo. "Não podemos excluir que a pressão vendedora vai durar um tempo", afirma Gebhardt.

As economias em desenvolvimento suportaram grande parte do sell-off (vendas generalizadas) com o índice de Mercados Emergentes MSCI a deslizar 4,4%, a maior queda desde Setembro de 2011.

No entanto, as bolsas europeias também estão ser fortemente penalizadas, com o índice Stoxx600, que serve de referência na Europa, a deslizar mais de 3%.

Esta evolução acontece depois de as acções chinesas terem registado a maior desvalorização desde 2007, depois de uma série de dados económicos negativos, que estão a adensar os receios sobre a evolução da segunda maior economia do mundo.