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Desde 1980 que Wall Street não caía tantos dias seguidos
Há já nove dias consecutivos que as bolsas norte-americanas estão a encerrar no vermelho. A grande incógnita em torno dos resultados das eleições presidenciais de 8 de Novembro está a deixar os investidores mais cautelosos, ao mesmo tempo que a queda dos preços do petróleo pressiona fortemente os títulos da energia.
O Standard & Poor’s 500 fechou a recuar 0,20% para 2.085,33 pontos, naquela que foi a nona queda seguida e que marca a mais longa série de perdas dos últimos 36 anos.
Já o índice industrial Dow Jones perdeu 0,24% para 17.888,28 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite cedeu 0,24% para 5.046,37 pontos.
Com a aproximação das eleições presidenciais, na próxima terça-feira, a prudência dos investidores é cada vez maior, com a maioria a preferir manter-se afastada das acções. Perante a possibilidade de Donald Trump poder vencer, como chegaram a mostrar as sondagens no início da semana (a reflectir uma nova investigação do FBI aos emails de Hillary Clinton), o peso mexicano desceu fortemente face à principais moedas, o que arrastou também as praças do outro lado do Atlântico.
O peso mexicano é visto como um barómetro da percepção sobre as eleições norte-americanas e afunda quando Trump avança nas sondagens, já que o candidato republicano é contra a imigração.
Além disso, os dados económicos continuam no foco das atenções dos investidores, que procuram mais sinais sobre a saúde da economia dos EUA para tentarem perceber se a Fed subirá os juros ainda este ano.
Esta sexta-feira o Departamento norte-americano do Trabalho revelou que a taxa de desemprego desceu para 4,9% em Outubro, contra 5% em Setembro, além de terem sido criados mais 161.000 empregos, o que reitera a convicção de uma maior robustez económica no país.
Continua assim em aberto a possibilidade de a Reserva Federal aumentar as taxas de juro directoras na reunião do próximo mês (que se realiza a 13 e 14 de Dezembro).
A pressionar os mercados accionistas dos EUA na sessão desta sexta-feira esteve sobretudo o sector energético, num dia em que os preços do petróleo continuaram a descer e marcaram a maior queda semanal desde a semana terminada a 15 de Janeiro.
A valorização do sector farmacêutico, que chegou a dar um impulso positivo a Wall Street durante a tarde, ficou ofuscada também pelas perdas no sector financeiro, com especial destaque para a seguradora Willis Towers Watson, que afundou 5,6% depois de rever em baixa as estimativas para as receitas deste ano.
(notícia actualizada às 21:18)