Notícia
Eleições nos EUA arrastam bolsas europeias para a maior queda semanal desde Fevereiro
À medida que se aproxima a data das eleições presidenciais nos EUA aumenta o nervosismo dos investidores, que estão a evitar as acções antes das votações. Já o petróleo está a prolongar as quedas dos últimos dias.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 1,36% para 4.477,99 pontos
Stoxx 600 cedeu 0,83% para 328,80 pontos
S&P 500 avança 0,45% para 2.097,97 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal subiu 3,9 pontos base para 3,291%
Euro soma 0,16% para 1,1123 dólares
Petróleo cai 1,66% para 45,58 dólares por barril em Londres
Bolsas recuam para mínimos de quatro meses
As bolsas europeias encerraram novamente em queda. A indefinição em relação ao próximo presidente dos EUA voltou a pesar na negociação, com o índice europeu Stoxx 600 a cair 0,83%, elevando para 3,6% a descida registada no acumulado da semana. Trata-se da maior queda semanal desde Fevereiro, mês em que as bolsas fixaram os mínimos do ano devido aos receios de que o abrandamento na China tivesse um impacto negativo no crescimento global. Os receios que o candidato Donald Trump saia vencedor das presidenciais nos EUA têm agravado o sentimento dos investidores nos últimos dias, depois das últimas sondagens terem revelado intenções de voto muito próximas entre os dois candidatos.
Em Lisboa a sessão foi igualmente de quedas. O PSI-20 perdeu 1,36%, naquela que foi a quinta sessão negativa e a maior série de descidas do índice desde meados de Junho. A pressionar a negociação esteve o sector da energia a EDP caiu 2,03% para 2,85 euros, enquanto a EDP Renováveis cedeu 1,71% para 6,37 euros, um dia depois de as empresas terem reportado os números relativos aos primeiros nove meses do ano. Já a Galp caiu 1,71% para 11,815 euros, pressionada pela quebra das cotações do petróleo. A liderar as quedas esteve porém a Corticeira Amorim. Afundou 7,85% para 7,966 euros, depois da família de Américo Amorim ter posto 10% da empresa à venda.
Juros da periferia em alta
Os juros exigidos pelos investidores para comprar dívida pública estiveram a agravar-se na periferia do euro esta sexta-feira, 4 de Novembro. A taxa de referência a dez anos de Portugal subiu 3,9 pontos base para 3,291%, no dia em que o Orçamento do Estado para 2017 esteve a ser discutido no Parlamento. Ao contrário de países como Espanha e Itália, em que os juros também subiram, a taxa a dez anos da Alemanha caiu 2,3 pontos para 0,135%, aumentando o "spread" face à dívida nacional para 315,65 pontos.
Euribor de regresso às descidas
As taxas Euribor desceram hoje a três meses e mantiveram-se inalteradas a seis, nove e doze meses, em relação a quinta-feira. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, desceu hoje para -0,313%, face a quinta-feira. Na quarta-feira, a taxa Euribor a três meses manteve-se nos --0,312%, o actual mínimo de sempre que foi registado pela primeira vez em 19 de Outubro. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 06 de Novembro de 2015, manteve-se hoje inalterada em -0,213%, face a quinta-feira.
Eleições travam dólar
A moeda única europeia segue a avançar face ao dólar, com os investidores a manifestarem-se nervosos em relação ao desfecho das eleições nos EUA na próxima semana. O euro soma 0,16% para 1,1123 dólares, apesar de ter sido reportado um crescimento da criação de postos de trabalho no país e das previsões do mercado apontarem para uma subida dos juros por parte da Fed em Dezembro. A probabilidade de uma subida de juros por parte da Fed em Dezembro aumentou para 78%, o que corresponde ao nível mais elevado desde Março, de acordo com os contratos futuros de obrigações.
Arábia Saudita afunda petróleo
O preço do petróleo está a caminho da maior descida semanal desde a semana terminada a 15 de Janeiro. As cotações seguem a cair 1,66% para 45,58 dólares por barril, no mercado de Londres. No acumulado das cinco sessões desce cerca de 10%. Já o WTI, em Nova Iorque, desce 1,30% para 44,08 dólares. A pressionar continua o forte excedente da oferta nos mercados mundiais. Os receios de que afinal a OPEP não consiga implementar os cortes de produção acordados a 28 de Setembro têm estado a castigar a matéria-prima nos principais mercados internacionais. Isto num contexto de aumento das reservas norte-americanas de crude.
Ouro escapa a quedas nos mercados
O momento de elevada instabilidade nos mercados financeiros está a beneficiar o ouro, apesar da expectativa de uma subida de juros nos EUA em Dezembro. O metal precioso avança 0,09% para 1.303,92 dólares por onça, com os investidores a procurarem refúgio no metal contra uma eventual vitória de Donald Trump na corrida à Casa Branca. Desde o início do ano, o ouro valoriza perto de 23%.