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CTT afundam quase 22% e tocam em mínimos com um volume histórico

As acções dos CTT terão tido a sua pior sessão bolsista. A queda foi a maior da sua história, o valor da acção foi para níveis nunca antes vistos e o volume só foi superado no dia da estreia.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Novembro de 2017 às 16:42
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As acções dos CTT terminaram esta sessão a deslizar 21,68% para 3,96 euros, tendo chegado ao longo do dia a afundar um máximo de 21,80% e a tocar num valor nunca antes visto (3,954 euros). A actual cotação dos CTT compara com os 5,52 euros a que foram vendidas as acções na oferta pública de venda (OPV) e com os 7,25 euros, preço a que o Estado alienou, através da Parpública, mais de 30% do capital da empresa em 2014.

 

Além desta variação acentuada dos títulos, a sessão foi marcada por uma liquidez elevada. Trocaram de mãos mais de 11 milhões de acções, um volume que só foi superado por uma vez desde que os CTT estão em bolsa: no dia de estreia (5 de Dezembro de 2013), em que negociaram mais de 38 milhões de acções. O terceiro dia com maior volume negociação foi no dia 5 de Setembro de 2014, com os investidores a reflectirem o anúncio do Governo de que iria vender os restantes 31,5% que detinha então no capital dos correios. Neste dia foram negociados mais de 10 milhões de títulos.

 

O dia foi negro para as acções da empresa liderada por Francisco Lacerda, que reflectem assim os resultados dos primeiros nove meses do ano, as perspectivas para o futuro e a reacção dos analistas, que não demorou e que ditou cortes significativos na avaliação das acções.

 

Os CTT anunciaram na terça-feira, 31 de Outubro, já após o fecho do mercado, que os seus lucros nos primeiros nove meses do ano caíram 57% para 19,5 milhões de euros. Já o EBITDA recuou 25% para 68 milhões de euros, num período em que os gastos operacionais aumentaram 5,6% para 23,7 milhões de euros.

 

Além deste conjunto de resultados, que ficou aquém das expectativas dos analistas, os CTT anunciaram ainda que a proposta de dividendo será cortada de 48 para 38 cêntimos. E após serem conhecidos estes números, os analistas emitiram notas de análise.

 

O BPI cortou a avaliação dos CTT em 27,7%, passando o preço-alvo de 6,50 euros para 4,70 euros. A recomendação que era de "comprar" passou para "underperform", ou seja, as acções deverão ter um desempenho abaixo dos pares, de acordo com uma nota a que o Negócios teve acesso.

 

Os analistas Bruno Silva e Filipe Leite destacam que os resultados ficaram muito abaixo das estimativas e que as previsões deixadas surgem como um "profit warning", ou seja, os CTT estão a antecipar que as metas que tinham sido traçadas para este ano não vão ser cumpridas. O que leva a que o BPI esteja menos optimista em relação ao futuro da empresa liderada por Francisco Lacerda. As novas previsões apontam para um corte de 20% ao nível do EBITDA dos CTT.

 

Já o JPMorgan terá reduzido a sua avaliação em 12,7%, passando o preço-alvo de 5,50 euros para 4,80 euros. A recomendação foi mantida em "neutral", segundo os dados disponíveis na Bloomberg.

 

Outra casa de investimento que reduziu a avaliação dos CTT foi a Mainfirst, tendo cortado a avaliação em 28,5% para 5,0 euros. O analista Tobias Sittig reduziu ainda a recomendação de "outperform" (desempenho acima dos pares) para "neutral", segundo a Bloomberg.

 

Já o BBVA terá colocado os CTT sob revisão. A anterior recomendação, reiterada a 27 de Outubro, era de "outperform" com um preço-alvo de 7,10 euros.

 

"Os resultados do terceiro trimestre ficaram muito abaixo das nossas estimativas", salientou o analista do Haitong Nuno Estácio, numa nota citada pela Bloomberg. Este conjunto de resultados "foi obviamente muito negativo e foi afectado por receitas mais baixas do que o esperado além de um aumento dos custos superior ao das estimativas", explica o analista. 

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

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