Notícia
Crédit Agricole e ESFG encaixaram 110 milhões com venda de direitos
Os maiores accionistas do BES já concluíram a venda de quase mil milhões de direitos de subscrição de acções no aumento de capital. Os títulos foram colocados juntos de investidores institucionais a um preço inferior ao fecho de ontem.
O Banco Espírito Santo anunciou esta quarta-feira que o Crédit Agricole e o Espírito Santo Financial Group (ESFG) já concluíram a venda dos direitos de subscrição de acções, numa operação onde realizaram um encaixe de 110 milhões de euros.
Em comunicado o BES informa que os direitos de subscrição foram alienados a 11 cêntimos cada um, abaixo da cotação de fecho de ontem (11,7 cêntimos).
O Crédit Agricole vendeu 667,3 milhões de direitos, encaixando 73,4 milhões de euros, enquanto o ESFG alienou 332,3 milhões de direitos, realizando um encaixe de 36,5 milhões de euros.
Os dois maiores accionistas do BES tinham anunciado ontem que iriam concretizar esta quarta-feira o processo de venda dos direitos através de um processo de "accelerated bookbuilding". Estes títulos foram colocados junto de investidores institucionais, que agora deverão participar no aumento de capital que o BES está a realizar.
Ambos já tinham anunciado que iriam reduzir a posição no BES no âmbito desta operação de aumento de capital. O ESFG irá reduzir de 27,4% para 25%, enquanto os franceses do Crédit Agricole baixarão de 20,1% para 15%.
A holding controlada pela família Espírito Santo terá de aplicar 160 milhões de euros no aumento de capital para ficar com os 25% e o Crédit Agricole vai ganhar 70 milhões de euros com a operação.
Os investidores tinham antecipado uma venda de maior volume de direitos por parte destes dois accionistas, sendo que a divulgação de que o ESFG iria ficar com 25% do capital impulsionou ontem os direitos. Estes fecharam ontem nos 11,7 cêntimos, estando hoje a recuar 4,27% para 11,2 cêntimos, ainda acima do preço a que os títulos foram alienados pelo ESFG e o Crédit Agricole (11 cêntimos).
No comunicado divulgado hoje ao mercado o Crédit Agricole e o ESFG reafirmam que "não venderão mais direitos ou acções antes da liquidação financeira da Oferta Pública de Subscrição do BES ("OPS") e não venderão as suas participações remanescentes no BES durante os 180 dias após a liquidação física da OPS".