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Cotadas gregas iniciam 'roadshow' em Londres para atrair investimento
29 empresas cotadas, incluindo todos os bancos da Grécia, a Intralot SA e a Mytilineos Holdings SA, vão reunir-se com gestores de fundos e analistas num 'roadshow' de dois dias, que começa esta quinta-feira.
As empresas cotadas da Grécia vão dar início, esta quinta-feira, 10 de Setembro, a uma série de reuniões com investidores, em Londres, para tentarem atrair investimento depois de vários meses de disputas políticas em torno das condições do terceiro resgate, e da imposição de controlos de capitais. Desde o ultimo ‘roadshow’, há um ano, os investidores viram os bancos gregos perderem quatro quintos do seu valor.
Apesar do acordo alcançado para o terceiro resgate, os empresários terão de convencer os investidores de que as novas eleições deste mês não vão causar mais instabilidade política no país, e que o Governo conseguirá cumprir o acordado com os credores, através da implementação das medidas de reforma.
"A questão de fundo é que o quadro de crescimento ainda vai ser muito desafiante daqui para frente", referiu, em declarações à Bloomberg, Alberto Gallo, director de research do Royal Bank of Scotland, em Londres. "Os grandes desafios são a implementação de reformas e a competitividade a longo prazo. A sustentabilidade da dívida também continua a ser um grande problema".
Ainda que os últimos dados sobre a economia grega tenham sido positivos – o PIB cresceu, inesperadamente, no segundo trimestre – os economistas esperam provas da debilidade económica do país quando forem revelados os dados sobre o terceiro trimestre. Em Julho, os indicadores de sentimento económico colapsaram após três semanas com os bancos encerrados.
O ‘roadshow’ só foi anunciado a 4 de Agosto, um dia após a reabertura da bolsa, que esteve suspensa durante cinco semanas. 29 empresas cotadas, incluindo todos os bancos da Grécia, a Intralot SA e a Mytilineos Holdings SA, vão reunir-se com gestores de fundos e analistas na sede da Bloomberg LP.
O índice que reúne os bancos gregos caiu mais de 80% no ano passado, com o Piraeus Bank a liderar as desvalorizações (mais de 90%) e a penalizar fortemente investidores como a Fairfax Financial Holdings Ltd e Paulson & Co, que participaram em aumentos de capital.
Ainda assim, nem tudo foram más notícias para quem investiu em empresas gregas no ano passado. A Aegean Airlines SA e a Motor Oil Hellas SA contrariaram a tendência e valorizaram desde o início do último ‘roadshow’. A Aegean subiu 1,7%, impulsionada pelo forte desempenho do sector do turismo do país, que ajudou o tráfego de passageiros a crescer 15% no primeiro semestre.