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Citigroup: Investidores devem aproveitar quedas recentes para comprar ações
Os analistas do banco de investimento Citigroup estimam que as bolsas mundiais vão gerar um retorno de 14% nos próximos 12 meses.
Os receios com uma recessão são exagerados e em 2019 apenas deverá ocorrer um abrandamento no crescimento dos lucros por ação, refere o Citigroup, que está a recomendar aos investidores que aproveitem as quedas recentes para comprar ações.
Os analistas do banco de investimento norte-americano estimam que as bolsas mundiais vão gerar um retorno de 14% nos próximos 12 meses. Na lista de 18 indicadores que antecipam um "bear market" (desvalorização de 20% face a máximos), apenas 3,5 estão a vermelho.
"As avaliações das ações não estão esticadas e a entrada de dinheiro nos fundos tem sido fraca", refere o analista Robert Buckland, acrescentando que "uma curva de rendimentos ‘flat’ e o aumento dos ‘spreads’ no crédito são preocupantes, mas os sinais tradicionais de euforia exagerada dos ‘bull markets’ permanecem notavelmente ausentes".
Nas perspetivas para as várias geografias, o Citi estima ganhos de 14% em Wall Street (S&P500) até final do ano, 18% na Europa (Stoxx 600), 10% no Japão (Topix) e 13% nos mercados emergentes (MSCI EM).
O Citi estima que os lucros por ação cresçam em média 4% em 2019 a nível global, o que apesar de se situar abaixo do consenso do mercado (aumento de 7%), está bem acima da queda de 4% que está a ser descontada pelo mercado, refere o analista do banco de investimento.
Na Europa o Citi reduziu a recomendações das ações britânicas para "neutral" devido à incerteza com o Brexit, embora não espere que o divórcio com a União Europeia se concretize sem acordo e assinale que grande parte das más notícias já estão descontadas.
Jonathan Stubbs, outro analista do Citigroup, assinala que até é possível uma contração nos lucros por ação das cotadas europeias, uma vez que a região é das que está mais exposta aos efeitos da guerra comercial.
O banco estima uma desvalorização do dólar ao longo de 2019, tendo por isso elevado a recomendação das ações dos emergentes para "overweight", elegendo este como um dos activos preferidos. As ações dos EUA continuam a merecer a recomendação de "overweight", pois o esperado abrandamento no crescimento dos lucros já foi descontado.
O Citi recomenda ainda uma estratégia equilibrada na exposição aos setores, com um misto de ações cíclicas e defensivas. Privilegia o investimento em cotadas do setor das telecomunicações e cuidados de saúde, avançando com uma recomendação neutral para os setores de energia, banca e tecnologias de informação.