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Choque em Wall Street: S&P 500 deixa Tesla de fora do índice

A inclusão da Tesla no índice S&P 500 era visto como um dado adquirido pelos analistas e investidores após a empresa liderada por Elon Musk ter registado quatro trimestres consecutivos de lucro, o último critério imposto para a entrada no índice.

05 de Setembro de 2020 às 16:20
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Os analistas e investidores - bem como a administração da Tesla - foram surpreendidos esta sexta-feira com a não inclusão da fabricante de automóveis 100% elétricos no índice S&P 500. Logo após a empresa ter apresentado lucros no segundo trimestre e assim cumprir o único requisito que lhe faltava - quatro trimestres consecutivos de resultados positivos - era dado como adquirido que iria fazer parte do índice alargado de Wall Street.

Na noite de sexta-feira, contudo, o comité responsável pela composição do S&P 500 ignorou a Tesla, apesar de ter trocado três das empresas que integram o índice.

A entrada para o S&P 500 era vista como mais um catalisador para as ações da Tesla, que apesar da queda de cerca de 20% nos últimos quatro dias soma uma valorização de 400% desde o início do ano. Isto porque vários fundos apenas podem investir em cotadas daquele índice, pelo que não podiam comprar ações da empresa de Elon Musk.

A Tesla é a sexta maior empresa no Nasdaq Composite e a única grande companhia daquele índice que não está presente no S&P 500.

O comité que decide a entrada de cotadas no S&P 500 reúne-se mensalmente, mas não indica razões para as empresas não serem admitidas.

Um dos motivos para a não inclusão da Tesla poderá ser a origem dos lucros recentes da empresa, referem analistas citados pelo Financial Times. Isto porque os lucros antes de impostos de 483 milhões de dólares alcançados pela empresa na primeira metade deste ano tiveram como base 782 milhões de dólares resultantes da venda de créditos de emissões de dióxido de carbono a outros fabricantes automóveis, nomeadamente ao grupo Fiat Chrysler.

Os lucros da Tesla foram alcançados "exclusivamente graças a arbitragem regulatória e não pela rendibilidade fundamental de conceber, produzir e vender carros", indica Nick Colas, da DataTrek, citado pelo jornal.

O Financial Times refere também como eventual fator a ter pesado na decisão a "exuberância" do rally das ações da Tesla este ano. A empresa está atualmente avaliada em 235 vezes os lucros previstos para este ano, enquanto a média nas cotadas do S&P 500 é de 26 vezes.

Numa nota a que o Negócios teve acesso, Dan Ives, analista da Wedbush Securities, classifica a decisão de "bastante surpreendente" e assume, em declarações ao Negócios por correio eletrónico que esperava "a entrada no S&P 500 nas próximas semanas". Ainda assim, a corretora mantém a recomendação "neutral" para as ações da Tesla e mantém o price target de 380 dólares e de 700 dólares num cenário "bull".

As novas cotadas no S&P 500 são a Etsy, um marketplace de "arts and crafts", a Teradyne, fabricante de equipamento de testes, e a farmacêutica Catalent. De saída estão a H&R Block, uma empresa de software fiscal, a companhia de cosmética e beleza Coty e o retalhista Kohls.
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