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Laginha de Sousa: China é uma perturbação normal

A turbulência nos mercados causada pela China no arranque do ano faz parte da realidade das bolsas, diz o presidente da bolsa de Lisboa, defendendo que o importante são as perspectivas de longo prazo.

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13 de Janeiro de 2016 às 21:38
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China tem estado a abalar os mercados accionistas no arranque do ano. Mas, para o presidente da bolsa de Lisboa  esta é uma "perturbação normal" nos mercados. O importante é olhar para as perspectivas de longo prazo. Na apresentação do filme "A Queda de Wall Street", que relata o início da crise financeira de 2008, Luís Laginha de Sousa disse não identificar actualmente os sinais retratados. E defendeu que o importante é existir regulação nos mercados financeiros, permitindo tanto a aposta na valorização como na queda dos activos.

"Os mercados têm uma enorme capacidade de absorver elementos de perturbação", disse Luís Laginha de Sousa, referindo-se ao impacto da China nas bolsas. Estas turbulências são  "perturbações normais" e que "fazem parte da realidade", sendo que o importante é olhar para o longo prazo e não para o arranque do ano, disse o presidente da Euronext Lisboa, na conferência sobre mercados de capitais, organizada pela Nos e pelo Dinheiro Vivo, por ocasião da antestreia do filme em Portugal.
 "Quando olhamos para o mercado devemos olhar para uma perspectiva de longo prazo", acrescentou. Esta análise cabe aos economistas e analistas, sendo que a bolsa deve apenas assegurar um espaço regulado para os investidores, realçou.

O presidente da bolsa de Lisboa defendeu que um dos problemas dos contratos para apostar na queda das obrigações garantidas por hipotecas de alto risco, retratado no filme, é que a negociação não decorria num mercado regulado, mas baseava-se frequentemente em acordos bilaterais.

O filme que estreia esta quinta-feira, 14 de Janeiro, em Portugal, descreve quatro grupos de investidores e gestores de fundos de Wall Street que anteciparam uma crise de incumprimento nos créditos à habitação nos EUA, com impacto nas obrigações garantidas por estas hipotecas. Resolveram por isso apostar na sua queda – através de "short-selling" – ficando dependentes das acções incongruentes das agências de "rating" e dos interesses dos bancos para obter lucro. E ainda do colapso da economia norte-americana, o que causa problemas morais aos protagonistas.

"O ‘short-selling’ faz parte do funcionamento dos mercados e não é uma actividade que tenha em si nada de negativo" desde que seja regulada, comenta Laginha de Sousa. Para funcionar o mercado tem de englobar também os investidores que antecipam que a realidade vai evoluir de forma negativa, justificou.
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