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China, Fed, "big tech" e cripto derrubam Wall Street

As notícias sobre os protestos na China, a par das declarações "hawkish" de alguns membros da Fed, assim como a queda das tecnológicas e empresas ligadas ao setor cripto atiraram Wall Street para terreno negativo.

Reuters
28 de Novembro de 2022 às 21:42
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Wall Street terminou a sessão da mesma forma que começou: em terreno negativo. A negociação foi marcada pela preocupação em torno dos protestos na China, já que estes alimentaram o temor sobre o  possível adiamento da reabertura do país, que se encontra dominada por uma política restritiva "zero covid-19".

O industrial Dow Jones perdeu 1,45% para 33.849,46 pontos, enquanto o Standard & Poor's 500 desvalorizou 1,54% para 3.963,94 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite deslizou 1,58% para 11.049,50 pontos.

 

As tecnológicas estiveram no centro das atenções. A Apple, cujo maior fornecedor de iPhones do mundo foi o primeiro lugar destas manifestações, deslizou 2,63%. Por sua vez, a Microsoft caiu 2,32% mesmo com a notícia de que a empresa liderada por Satya Nadella está a trabalhar em remédios para obter "luz verde" da UE à compra da distribuidora Activision Blizzard, famosa pelo jogo "Call of Duty".

 

Já a Amazon subiu 0,58%, com a notícia de que as estimativas apontam para que tenham sido gastos no Cyber Monday, o maior dia de compras online nos EUA, até 11,6 mil milhões de dólares (11,2 mil milhões de euros).

 

Ainda do lado das perdas, o destaque foi para as ações de empresas cripto. A Coinbase tombou 4%, a Riot Blockchain caiu 4,06% e  a Marathon Digital deslizou 3,88%, na sequência do pedido de proteção contra credores da plataforma de empréstimos cripto, BlockFi, na sequência do "crash" da FTX.

 

Os investidores estiveram ainda atentos aos títulos da Biogen, os quais chegaram a perder mais de 3%, com a notícia de uma morte durante os testes relativos a um medicamento para o Alzheimer.

 

Os olhos dos investidores estiveram postos na China. Os protestos violentos, que começaram nas instalações da Foxconn em Zhengzhou, a maior fábrica de iPhones do mundo, na passada sexta-feira, já se alastraram a grandes metrópoles como Xangai e Pequim, e também em cidades como Nanjing, Chengdu e Wuhan.

 

O dia foi ainda marcado pelas declarações "hawkish" de alguns membros da Reserva Federal norte-americana (Fed).

Os índices foram pressionados pelas palavras do presidente do banco central em St.Louis, James Bullard, o qual alertou para a possibilidade de os mercados estarem a subestimar a hipótese de a Fed continuar a subir a taxa de juro de referência, apenas alguns dias depois das atas da Fed terem dado sinais de um possível abrandamento do ritmo deste aumento nos próximos meses.

 

Já o presidente da Fed de Nova Iorque John Williams salientou que ainda há trabalho a fazer para conter a inflação. O discurso foi reforçado pela vice-presidente da Fed, Lael Brainard, que sublinhou a persistência de vários choques nas cadeias de abastecimento que estão a manter os riscos de continuação da inflação elevados.

 

Os investidores estão agora à espera do discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, que irá tomar a palavra esta quarta-feira. Antes disso, esta terça-feira é dia de conhecer dados de confiança do consumidor em novembro. Na quarta-feira é também dia de ser divulgada a leitura final sobre o crescimento do PIB norte-americano no terceiro trimestre, para depois, na sexta-feira, serem divulgados os números da criação de emprego.

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