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CaixaBank vai pagar mais a minoritários do que à Allianz para tirar BPI de bolsa
O CaixaBank propunha tirar o BPI de bolsa a 1,45 euros, o preço a que tinha comprado a posição de 8% da Allianz. O auditor independente determinou que tem de ser de 1,47 euros. O processo ainda não está concluído.
O CaixaBank vai ter de pagar 1,47 euros por cada acção do BPI que ainda não está nas suas mãos para poder concretizar a saída de bolsa da instituição financeira. Fica dois cêntimos acima do pretendido pelo banco.
"Tendo em conta as análises anteriores, somos de opinião que a contrapartida mínima (…) a pagar pelo CaixaBank, (…), deve ser de 1,47 euros", concluiu o auditor independente, segundo um comunicado da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O CaixaBank comprou a posição da Allianz no banco presidido por Pablo Forero por 1,45 euros por acção, e foi esse o preço que propôs para a retirada de bolsa do banco liderado por Pablo Forero.
Foi em Junho que o BPI levou a assembleia-geral uma proposta para aprovar a perda da qualidade de sociedade aberta do BPI, propondo-se a adquirir as acções dos accionistas que não votem favoravelmente aquela deliberação.
Além dessa possibilidade, que é normalmente concretizada através de uma ordem permanente de compra das acções, e na eventualidade de nem todos os investidores terem demonstrado intenção de venda no período da ordem, o grupo, detido pelo La Caixa, já decidiu que vai avançar para a compra obrigatória, ou seja, todos os accionistas minoritários serão obrigados a vender.
Aliás, como o Negócios noticiou, este passo torna inevitável que tanto Fernando Ulrich, presidente da administração, como Santos Silva, presidente honorário, tenham de vender as suas posições.
Só que o preço inicialmente proposto, de 1,45 euros, não foi aceite. Em Agosto, o regulador decidiu que era necessário pedir a um auditor para avaliar a contrapartida paga pelo CaixaBank aos accionistas do BPI que não votaram favoravelmente àquela perda da qualidade de sociedade aberta. "A deliberação ora comunicada assenta no facto de a contrapartida oferecida ter sido fixada mediante acordo entre o adquirente e o alienante, através de negociação particular, razão pela qual a mesma se presume não equitativa", justificou na altura a CMVM.
É a resposta a esse pedido que chegou esta terça-feira, 11 de Dezembro. Contudo, a saída de bolsa não se vai concretizar para já: "Mais se informa que o procedimento relativo ao pedido de perda da qualidade de sociedade aberta não se encontra ainda concluído", assinala o comunicado da CMVM.