O multimilionário Warren Buffett procurou este sábado assegurar aos investidores que o seu conglomerado, a Berkshire Hathaway, os iria servir bem a longo prazo, ainda que tenha aberto um novo capítulo na história da empresa. Na carta anual, Buffett recordou também o seu sócio e parceiro de negócios de longa data, que faleceu no final do ano passado, recordando-o como o "arquiteto" da Berkshire.

Na carta anual aos acionistas da Berkshire, Buffett afirmou que o seu conglomerado de mais de 900 mil milhões de dólares se tornou uma fortaleza capaz de resistir mesmo a uma catástrofe financeira sem precedentes."A Berkshire foi construída para durar", escreveu.

Ainda assim, Buffett moderou as expectativas em relação ao preço das ações da Berkshire, dizendo que a sua empresa sediada em Omaha, Nebraska, "deveria ter um desempenho um pouco melhor" do que a média das empresas americanas, mas que a sua enorme dimensão não deixava "qualquer possibilidade de um desempenho impressionante".

"Só existe uma mão-cheia de empresas neste país capazes de fazer mexer verdadeiramente a agulha da Berkshire, e essas empresas têm sido incessantemente escolhidas por nós e por outros", escreveu Buffett.

A carta foi acompanhada pelos resultados financeiros da Berkshire, incluindo um lucro operacional recorde de 37,4 mil milhões de dólares e um resultado líquido de 96,2 mil milhões de dólares para todo o ano de 2023.

Buffett, de 93 anos, garantiu ainda aos investidores que o vice-presidente e sucessor designado, Greg Abel, estava, "em todos os aspetos, pronto para ser o CEO da Berkshire amanhã".

Mas o multimilionário guardou as suas palavras mais sentidas para Munger, que morreu em novembro aos 99 anos.

Buffett chamou a Munger o "arquiteto" da Berkshire, recordando aos investidores como Munger o pressionou a comprar empresas maravilhosas a preços justos em vez de empresas justas a preços maravilhosos.