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BPI dispara após Violas admitir que OPA é "inevitável"
A entrevista de Tiago Violas está a ter forte impacto nas acções do BPI, que apesar de negociarem em forte alta persistem abaixo do preço da OPA dos espanhóis do CaixaBank.
As acções do BPI estão a negociar em forte alta neste arranque de sessão na praça portuguesa, reagindo às palavras de Tiago Violas, uma vez que o accionista minoritário do banco que tem tentado travar a OPA do CaixaBank, diz que a oferta dos espanhóis é "inevitável".
"Penso que é inevitável. Acho que tentámos…", referiu Tiago Violas, em entrevista ao Negócios e Antena1, depois de ter sido questionado se a OPA do CaixaBank iria avançar.
"Estamos conscientes da força que temos e penso que, como disse há pouco, esgotámos essa força. E portanto, as coisas vão ter de acontecer, o que tiver de acontecer. Não vai ser por nossa iniciativa que o banco vai ter problemas com o BCE", reforçou.
As acções do BPI estão a reagir em forte alta a estas declarações, com os títulos a avançarem um máximo de 5,67% para 1,099 euros. Uma cotação que corresponde a um máximo de duas sessões, mas permanece abaixo do preço da OPA do CaixaBank (1,113 euros).
"Esperamos que as acções do BPI reajam de forma positiva a estes comentários e se aproximem do preço da OPA", referem os analistas do Haitong, numa nota enviada a clientes.
O líder da Holding Violas Ferreira tem sido o principal rosto da oposição à OPA do CaixaBank sobre o BPI, sendo que as providências cautelares que interpôs já obrigou à suspensão da Assembleia geral do BPI por diversas vezes.
Os accionistas do BPI voltam a reunir esta quarta-feira para aprovar a desblindagem de estatutos do banco (condição essencial para a OPA do CaixaBank avançar), sendo que as declarações de Tiago Violas deixam a entender que desta vez haverá uma decisão. O CaixaBank tinha também já avançado que o assunto teria que ficar resolvido nesta AG.
Numa nota enviada a clientes na sexta-feira, o banco Citigroup diz que o melhor cenário a que os accionistas do BPI podem aspirar, no momento actual, consiste em aceitar a oferta de 1,113 euros por título que o CaixaBank faz pelo BPI. O banco refere que a alternativa mais provável à não-aceitação – a desistência da oferta por parte do banco catalão, um cenário que foi há poucos dias levantado na imprensa espanhola – é menos apetitosa para os investidores.