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Citigroup recomenda que accionistas do BPI aceitem oferta do CaixaBank

Numa nota citada pela Bloomberg, o Citigroup refere que a alternativa mais provável à não-aceitação da oferta – a desistência do CaixaBank - é menos apetitosa para os investidores. Os accionistas do BPI retomam na próxima quarta-feira a assembleia-geral para votar a desblindagem dos estatutos do BPI.

Paulo Duarte
16 de Setembro de 2016 às 11:58
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O banco Citigroup diz que o melhor cenário a que os accionistas do BPI podem aspirar, no momento actual, consiste em aceitar a oferta de 1,113 euros por título que o CaixaBank faz pelos papéis do banco na Oferta Pública de Aquisição (OPA) em curso.


Numa nota citada pela Bloomberg, o banco refere que a alternativa mais provável à não-aceitação – a desistência da oferta por parte do banco catalão, um cenário que foi há poucos dias levantado na imprensa espanhola – é menos apetitosa para os investidores.

"O CaixaBank fez uma oferta justa aos restantes accionistas do BPI e acreditamos que devem aceitá-la. A alternativa (o CaixaBank desistir, uma vez que é improvável que reforce a sua oferta) é muito menos saborosa", refere a nota de research distribuída pelo banco aos clientes.

 

Num cenário de compra de participações que permita ao CaixaBank ficar com 70% do BPI, prevê o Citigroup, os catalães não deverão ser obrigados a reforçar capital, mas tudo poderá depender do momento em que decorrem as transacções de desinvestimento do CaixaBank na área industrial e financeira.

 

O BPI deverá retomar a 21 de Setembro, na próxima quarta-feira, a assembleia-geral suspensa no passado dia 6 e iniciada a 22 de Julho, marcada para votar a desblindagem dos estatutos do BPI, uma das condições - juntamente com a detenção de mais de 50% do banco - para a eficácia da OPA.

Em cima da mesa estão duas propostas de desblindagem, a do BPI (votada ao abrigo da nova legislação aprovada pelo Governo) e a do Grupo Violas. O accionista minoritário – que apresentou ainda duas providências cautelares que têm estado na base dos adiamentos da assembleia geral – pretende tirar partido da dificuldade de aprovação com a actual limitação de votos para que a desblindagem não passe.

 

A proposta do BPI para acabar com a limitação de votos a 20% (mesmo que um accionista, como o CaixaBank, detenha uma participação superior) é votada sem esses limites, sendo no entanto necessária a aprovação por dois terços dos votos. A do accionista Violas, como não é feita pelo conselho de administração do banco, fica fora das regras do novo diploma governamental, exigindo maioria simples e com os votos limitados a 20%.

Esta quarta-feira o CEO do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, assumiu que vai continuar a ter paciência em relação à indefinição no BPI. Ainda assim, frisou que a questão da desblindagem dos estatutos tem de ser resolvida na próxima assembleia-geral.

A demora na conclusão do processo não é no entanto motivo suficiente para justificar a retirada formal da OPA. Para efeitos formais, o processo existe e a empresa não pode, pura e simplesmente, mudar de ideias, de acordo com especialistas contactados pelo Negócios.

 

As acções do BPI valorizam 2,34% para 1,05 euros na sessão desta sexta-feira, com o volume de negociação a ser mais do triplo da média diária verificada a meio da manhã dos últimos 30 dias (que é de 118,9 mil títulos), segundo dados da Bloomberg. Esta manhã já trocaram de mãos 515 mil acções.

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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