Notícia
Bolsas europeias caem 2,5% pressionadas pelo sector automóvel e mineiro
As fortes quedas da Volkswagen estão a arrastar todo o sector automóvel na Europa, enquanto a descida do preço das matérias-primas, do petróleo ao zinco, está a penalizar as empresas do sector mineiro.
As bolsas europeias estão a negociar em queda esta terça-feira, 22 de Setembro, pressionadas pelas empresas do sector automóvel e mineiro.
O índice que reúne as 600 maiores cotadas do Velho Continente, o Stoxx600, desce 2,5% para 348,89 pontos, o valor mais baixo desde 26 de Agosto. Tendo em conta apenas os valores de fecho, esta é a maior queda do Stoxx600 desde 4 de Setembro, sessão em que o índice encerrou a cair 2,52%.
A liderar as perdas na Europa estão o francês CAC40, com uma descida de 3,07%, e o espanhol IBEX, que desliza 2,87%. O alemão DAX desvaloriza 2,8%, o PSI-20 cai 2,4% e o londrino Footsie recua 2,22%. A menor descida é da bolsa de Atenas, que segue a perder 1,94%, depois de, ontem, ter sido a única a encerrar em terreno negativo.
Responsáveis por esta evolução são os sectores automóvel e mineiro. A Volkswagen, que assumiu este domingo ter cometido infracções relativamente aos testes de poluição nos Estados Unidos, regista fortes perdas pela segunda sessão consecutiva, arrastando todo o sector automóvel na Europa. As acções da fabricante alemã afundam 17,36% para 109,25 euros, enquanto os títulos da Peugeot perdem 11,29% para 13,47 euros.
Esta terça-feira a fabricante de automóveis alemã admitiu que há 11 milhões de carros envolvidos no caso da manipulação ambiental. Foi também noticiado que a Volkswagen está a ser investigada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos devido a infracções cometidas nos testes de poluição, de acordo com dois oficiais familiarizados com o processo, citados pela Bloomberg. Com esta investigação, que está a ser levado a cabo pela Divisão de Recursos Naturais e Ambiente do Departamento da Justiça, cresce a possibilidade de que sejam instaurados processos criminais à empresa alemã, uma possibilidade que de resto já tinha sido sugerida na imprensa na segunda-feira.
A contribuir para a queda das bolsas do Velho Continente está também o sector mineiro, que acompanha a descida das cotações das matérias-primas, desde o carvão ao petróleo e ao zinco.
Neste sector, a Rio Tinto desce 4,33%, a BHP Billiton recua 4,23% e a Glencore perde 8,57%.
Por outro lado, os investidores estão ainda a reflectir as recentes indicações de vários membros da Reserva Federal norte-americana, que garantiram que os juros vão subir ainda este ano.
Dennis Lockhart, presidente da Reserva Federal de Atlanta, juntou-se aos presidentes de São Francisco, St. Louis e Richmond, mostrando-se confiante que a política monetária do banco central norte-americano vai ser ajustada ainda este ano, já que os receios em torno da turbulência dos mercados deverão ser temporários.