Notícia
Dow Jones perde 10.000 pontos num mês. Senado já aprovou pacote extra de 850 mil milhões de dólares
Acompanhe a evolução nos mercados ao minuto nesta quarta-feira, 18 de março.
Bolsa de Nova Iorque só com negociação electrónica
A Bolsa de Nova Iorque vai passar a negociar, temporariamente, apenas de forma eletrónica, anunciou a NYSE esta noite, já depois do fecho de Wall Street.
Senado dos EUA aprova verbas extra
Já depois do fecho das bolsas do outro lado do Atlântico, onde os principais índices sofreram nova derrocada, foi anunciada a luz verde dada pelo Senado (de maioria republicana) ao novo pacote orçamental (no valor de 850 mil milhões de dólares) solicitado ontem pela Administração Trump para fazer face aos efeitos económicos da covid-19, pelo que amanhã o dia poderá ser mais risonho para os mercados.
Dow Jones perde 10.000 pontos num mês e eclipsa subidas da "era Trump"
As bolsas norte-americanas voltaram a afundar e a negociação chegou mesmo a estar suspensa. Todo o "rally" registado desde a entrada em funções do presidente Donald Trump já se eclipsou.
O Dow Jones encerrou a cair 6,28%, para 19.902,82 pontos, e toda a subida que tinha registado desde que Trump tomou posse já se eclipsou. Desde fevereiro de 2017 que não terminava abaixo de 20.000 pontos.
A escalada do Dow no mandato de Donald Trump, que no mês passado atingiu um pico (quando alcançou novo máximo histórico) parecia robusta e interminável, mas, de um momento para o outro, a covid-19 evaporou todos esses ganhos.
O índice chegou a tocar nos 19.732 pontos, que foi o seu nível de fecho de 19 de janeiro de 2017, um dia antes de Trump tomar posse como presidente dos EUA.
Recorde-se que há pouco mais de um mês, quando atingiu um recorde de fecho a 12 de fevereiro nos 29.551,42 pontos, o Dow Jones estava perto dos 30.000 pontos. Perdeu, neste período, praticamente 10.000 pontos.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 mergulhou 5,18% para 2.398,08 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite recuou 4,70% para 6.989,84 pontos.
Europa volta a afundar com uma queda de quase 4%
Os principais mercados europeus conseguiram respirar ontem, com um ganhos expressivos, mas foi sol de pouca dura. Hoje, a sessão começou de forma negativa na Europa, e as principais praças foram agravando as quedas de forma paulatina. O Stoxx 600, o índice que agrupa as 600 maiores cotadas da região, desvalorizou 3,93% para os 279,66 pontos.
O gatilho de uma nova recessão pode estar de novo prestes a ser acionado, à medida que o vírus SARS-CoV-2 vai tendo impacto na economia em todo o mundo. Nos últimos dias vários analistas de bancos de investimento têm apontado para esse cenário, e hoje, foi a vez do Goldman Sachs emitir uma nota a antecipar um abrandamento do PIB (produto interno bruto) mundial nos primeiros dois trimestres - o necessário para entrar em terreno de recessão técnica.
Essa hipótese ganha força, contudo, nas maiores economias do mundo, como os Estados Unidos e a China, e tem afastado ainda mais os investidores dos mercados. Agora, nem o ouro ou o mercado obrigacionista, normalmente considerados mais seguros e aos quais os investidores recorrem em altura de maior turbulência nos mercados, escapam ao cenário negativo.
Entre as praças europeias, as perdas oscilaram entre -1,12 no índice de Atenas, na Grécia, e -5,94% na praça de Paris, em França.
Por cá, a bolsa nacional não escapou ao cenário e derrapou 5,03% para os 3.641,80 pontos, ligeiramente acima do mínimo de 1993 que atingiu na passada segunda-feira.
Juros de Portugal disparam para máximos
No mercado de obrigações soberanas, os juros da dívida das principais economias europeias vai disparando e em Portugal, os juros com maturidade a dez anos a dispararem 17,6 pontos base para os 1,432%, o que representa o nível mais elevado desde março do ano passado.
Também os juros da dívida alemã com a mesma maturidade avançam 19,7 pontos base para os -0,245.
Os investidores continuam assim a fugir também do mercado de obrigações soberanas, numa altura em que os países estão a abrir os cordões à bolsa com o anúncio de mega pacotes orçamentais para responder aos efeitos económicos da pandemia.
Apesar de a dívida pública ser considerada, tendencialmente, um ativo de refúgio, agora a perspetiva é a contrária, sendo que até as obrigações alemãs estão em queda acentuada, embora os juros permaneçam em terreno bem negativo.
Libra cai quase 5% face ao dólar e afunda para mínimos de 35 anos
A libra britânica está a ter um dia negro e já caiu para os níveis mais baixos em 35 anos nesta quarta-feira, ao depreciar 4,39% para os 1,1548 dólares.
Depois de ter atingido um máximo de dois meses na semana passada, acima dos 1,30 dólares, a divisa britânica em conhecido acentuadas quedas com muitos traders a largarem as suas posições, uma vez que pouco confiantes com os planos do governo britânico para controlar a propagação co SARS-CoV-2.
A libra está então em mínimos de 1985, quando as cinco maiores economias mundiais da altura (França, Alemanha Ocidental, Japão, Estados Unidos e Reino Unido) assinaram o Acordo de Plaza, para enfraquecer o dólar.
A dar um contorno maior a esta queda da libra está também a força que o dólar tem ganhado nas últimas sessões, sendo este o sétimo dia consecutivo a valorizar face a um cabaz de moedas rivais. Hoje, a moeda norte-americana aprecia face a todas as principais moedas do mundo.
Posto isto, o euro deprecia 1,65% para os 1,0815 dólares.
Ouro regressa às quedas e deprecia mais de 2%
Depois de uma breve recuperação na sessão de ontem, com o ouro a pôr fim a um ciclo de cinco semanas de quedas consecutivas, hoje o metal precioso voltou a perder valor.
Por esta altura, o ouro - considerado um ativo mais seguro e que serve de refúgio para os investidores - deprecia 2,89% para os 1.484,13 dólares por onça e está a ser incapaz de fugir ao pânico vivido nos mercados.
Petróleo em mínimos de 18 anos. WTI a caminho do terceiro pior dia de sempre
Os preços do petróleo continuam em queda-livre e hoje desvalorizam para mínimos de mais de 18 anos, com a pandemia do coronavírus a pressionar a procura pela matéria-prima a nível global, ao mesmo tempo que a Arábia Saudita pretende inundar o mercado petrolífero.
Hoje, o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) caiu 18% para os 22,12 dólares por barril, o que representa um mínimo de mais de 18 anos. A continuar neste ritmo, o ativo dos Estados Unidos encaminha-se para o seu terceiro pior dia em bolsa de sempre.
O europeu Brent, que serve de referência para Portugal, teve uma queda mais contida (-11,6%) face ao par norte-americano, mas suficiente para cair para a barreira dos 25,40 dólares por barril, um mínimo desde 2003.
Os dados de hoje da Energy Information Administration (EIA) mostraram que os inventários de petróleo nos Estados Unidos subiram 2 milhões de barris na semana passada, totalizando sete semanas seguidas de aumento, o que espelha bem a falta de procura que a matéria-prima está a ter.
A tendência é de que o cenário piore, uma vez que a partir do próximo mês a Arábia Saudita vai inundar o mercado com petróleo a preços com um grande desconto.
PSI-20 afunda 5%
A praça lisboeta encerrou em forte baixa, com o índice de referência nacional a cair 5% para 3.642,99 pontos, tendo sido dos que mais afundou no Velho Continente. Ainda assim o PSI-20 persiste acima do mínimo de 1993 que atingiu na segunda-feira.
Das 18 cotadas que compõem o PSI-20, apenas a Corticeira Amorim conseguiu fechar em alta, a subir 1,32% para 7,70 euros.
Lisboa acompanhou assim o movimento de queda que voltou a registar-se na Europa. Depois do alívio de ontem, sustentado pelas medidas de estímulo anunciadas por vários governos no âmbito da covid-19, hoje os mercados accionistas – e não só – voltaram a descarrilar.
A hipótese de uma recessão a nível global está a ganhar força à medida que a propagação do novo coronavírus continua a um ritmo acelerado na Europa e nos Estados Unidos.
Por cá, cinco cotadas atingiram mínimos de mais de um ano e duas mergulharam mais de 10%.
A energia foi, notoriamente, o setor que mais castigou o PSI-20, num dia em que os preços do petróleo estão em mínimos de 2002 em Londres e de 2003 em Nova Iorque.
(notícia em atualização)
Wall Street em "modo pânico" anula ganhos e abre a cair mais de 5%
Wall Street acordou a negociar novamente em queda, na sessão desta quarta-feira, dia 18 de março, com os receios de que o impacto real que o coronavírus venha a ter na economia do país, a enviar para segundo plano as tentativas de estímulos anunciados pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed).
Para já, o S&P500 cai 5,19% para os 2.397,64 pontos, o tecnológico Nasdaq cede 4,32% para os 7.019,96 pontos e o industrial Dow Jones recua 5,87% para os 19.991,13 pontos, numa altura em que todos os intervenientes do mercado estão "em modo pânico", disse Peter Cardillo, economista chefe da Spartan Capital Securities, em Nova Iorque, à Reuters.
Ontem, os três maiores índices norte-americano terminaram a sessão a ganhar entre 5% e 6%, depois das declarações do presidente do país, Donald Trump, do vice-presidente, Mike Pence, e do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, que falaram sobre as medidas do governo para mitigar os efeitos económicos da covid-19.
No entanto, os investidores temem que mesmo um estímulo dramático não seja capaz de evitar uma recessão profunda levando novamente os mercados a afundar.
A Boeing vai desvalorizando 20%, numa altura em que a fabricante de aviões pediu um resgate de 60 mil milhões de dólares para fazer face ao impacto que o vírus está a ter em todo o setor, com o colapso prolongado nas viagens em todo o mundo.
A entrada num patamar de "Bear Market" fez com que alguns traders largassem os seus investimentos. Apesar da hipótese de uma suspensão nos mercados norte-americano, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, reiterou que o governo manterá os mercados abertos, mas sugere que o tempo de negociação possa ser reduzido.
Libra em mínimos de 1985 face ao dólar. Nem no referendo do Brexit estava em níveis tão baixos
A libra britânica depreciou 1,9% para os 1,1828 dólares, ultrapassando os valores mínimos do referendo do Brexit, em 2016, e caindo para um mínimo desde 1985, quando as cinco maiores economias mundiais da altura assinaram o Acordo de Plaza, para enfraquecer o dólar.
Este acordo foi celebrado pelo grupo G-5 (França, Alemanha Ocidental, Japão, Estados Unidos e Reino Unido), no Hotel Plaza em Nova Iorque, em Setembro de 1985, com o objetivo de baixar a cotação do dólar norte-americano para tentar reduzir o défice comercial dos Estados Unidos.
Agora, a divisa britânica deprecia para níveis dessa época, com os investidores pouco confiantes com os planos do governo britânico para controlar a propagação co SARS-CoV-2. A ajudar a esta queda da libra face ao dólar está também a recente corrida, por parte dos investidores, pela moeda norte-americana que aprecia pela sétima sessão consecutiva.
Petróleo em mínimos. WTI abaixo dos 25 dólares pela primeira vez desde 2002
Os preços do petróleo estão a reforçar as quedas pesadas nas últimas sessões. Hoje, o Brent cai 4,21% para os 27,52 dólares por barril - um mínimo desde 2003 - e o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) afunda 8,50% para os 24,66 dólares por barril, caindo abaixo da barreira dos 25 dólares por barril pela primeira vez desde 2002.
Ontem, a Arábia Saudita anunciou que ia começar a exportar 10 milhões de barris de petróleo por dia, a partir de abril, o que representa um volume máximo histórico de exportação, depois de ter garantido que iria também aumentar a produção para mais de 12 milhões de barris diários no mesmo período.
Numa altura em que o cenário é de escassa procura a nível mundial, com a principais organizações de petróleo (a OPEP e a IEA- Agência Internacional de Energia) a anteverem uma contração na procura para este ano, vai começar a existir também um excesso de oferta, com a Arábia Saudita a querer inundar o mercado com petróleo a preços com um grande desconto.
Tudo começou na última reunião da OPEP + (Organização de Países Exportadores de Petróleo e os aliados liderados pela Rússia), quando Moscovo não acertou agulhas com Riade quanto ao volume do corte de produção. Os sauditas queriam uma redução extraordinária de mais de 1 milhão de barris por dia, uma ideia rejeitada pelos russos.
Como nenhum acordo foi alcançado, a Arábia Saudita decidiu abrir uma guerra aos preços do petróleo e começar a aumentar a produção e capacidade de produzir para máximos históricos a um preço barato.
Bolsas agravam perdas e PSI-20 é o que menos cai. Petróleo afunda e juros de Portugal disparam
Os principais mercados europeus estão expandir as suas quedas, face ao início da sessão desta quarta-feira, dia 18 de março. Por esta altura, o Stoxx 600 - índice que agrupa as 600 maiores cotadas da região - desvaloriza 4,64% para os 277,56 pontos.
Os mercados europeus estão a conhecerem quedas na ordem dos 5%, com a praça de Amesterdão, nos Países Baixos, a cair 5,73% e a de Paris, França, a recuar 5,93%. Por cá, o índice PSI-20 é dos que menos cai, ao desvalorizar 3,39% para os 3.704,88 pontos.
Ontem, as bolsas europeias chegaram a registar uma forte subida, mas o cenário reverteu-se rapidamente na sessão desta quarta-feira.A hipótese de uma recessão a nível global está a ganhar força à medida que a propagação da covid-19 continua a um ritmo acelerado na Europa e nos Estados Unidos.
Os preços do petróleo continuam em queda-livre, com o Brent a desvalorizar 4,21% para os 27,52 dólares por barril e o norte-americano WTI a cair 8,50% para os 24,66 dólares.
No mercado de obrigações soberanas, os juros da dívida das principais economias europeias vai disparando e em Portugal, os juros com maturidade a dez anos a dispararem 26,8 pontos base para os 1,524%, o que representa o nível mais elevado desde março do ano passado.
Bolsas com nova travagem enquanto pesos vão para a balança
As bolsas europeias chegaram a registar uma forte alta no final da última sessão, mas foi sol de pouca dura.
Esta quarta-feira as principais praças regressam ao vermelho, com o peso do coronavírus "às costas", este que agora vem acompanhado de um ainda mais doloroso: a perspetiva de uma recessão económica global. Um equilíbrio difícil, que fica mais complicado quando se colocam do outro lado da balança as medidas de contenção e de estímulo económico que têm vindo a ser avançadas. Entretanto, a instabilidade vai-se traduzindo em volatilidade.
Nesta manhã, as perdas na Europa oscilam entre os 2,5% e os quase 6%. O índice que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, o Stoxx600, mostra uma queda de 3,56% para os 280,71 pontos. Paris e Amesterdão mostram das maiores quebras, de 5,14% e 5,63%, respetivamente.
Por cá, o PSI-20 está a cair 1,02% para os 3.795,78 pontos, com os pesos pesados BCP e Galp e contribuírem para o desempenho.
Busca pela liquidez dá vitória ao dólar
O dólar está a ganhar força à medida que os investidores procuram esta, que é a divisa mais líquida, para fazer face ao contexto de grandes quebras nos mercados. Nem o corte na taxa de juro diretora que foi operado pela Fed está a abalar a confiança dos investidores na nota verde, uma vez que medidas semelhantes também foram tomadas por vários bancos centrais mas a escassez de liquidez continua a ser um problema.
O dólar começou por rumar no sentido descendente no início de março, mas desde então recuperou. Desde dia 9 de março, já subiu 5% contra um grupo de moedas de referência. Nesta sessão, o euro recua 0,24% para os 1,0971 dólares.
Ouro de volta ao vermelho e provavelmente ainda não viu o fundo
O metal amarelo interrompeu ontem um ciclo de cinco quedas consecutivas, mas, esta quarta-feira, regressa ao vermelho. O ouro está a desvalorizar 2,34% para os 1.492,50 dólares por onça, anulando os ganhos de quase 1% da sessão anterior.
Durante o último ciclo de perdas, o ouro estava a cair pois os investidores necessitavam de colmatar as necessidades de liquidez resultantes das pesadas perdas nas bolsas de valores.
"A subida a pique dos mercados norte-americanos na terça-feira aliviou por momentos a procura louca por dinheiro, acabando por dar suporte aos preços do ouro na sessão de quarta-feira", explica um analista da IG Asia em declarações à Bloomberg. Contudo, o mesmo defende que "ainda é capaz de ser muito cedo para chamar a isto o fundo (das cotações) tendo em conta os mercados altamente voláteis que vemos", apesar do estatuto de ativo refúgio deste metal.
Juros de Portugal disparam para máximos de um ano
Os investidores continuam a sair em força do mercado de obrigações soberanas, numa altura em que os países estão a abrir os cordões à bolsa com o anúncio de mega pacotes orçamentais para responder aos efeitos económicos da pandemia.
Se a dívida pública era há poucos dias vista pelos investidores como um ativo de refúgio, agora a perspetiva é a contrária, sendo que até as obrigações alemãs estão em queda acentuada, embora os juros permaneçam em terreno bem negativo.
A taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos avança 20 pontos base para 1,456%, o que representa o nível mais elevado desde março do ano passado. Em Espanha o agravamento é de 20 pontos base para 1,22%.
Nas bunds alemãs a yield avança 12,9 pontos base para -0,314%.
PSI-20 desce mais de 1%. Galp afunda e Jerónimo dispara
A bolsa nacional abriu em queda, em linha com o desempenho negativo das principais praças europeias, numa altura em que os investidores continuam a tentar medir os reais efeitos da pandemia na economia global.
O PSI-20 abriu a descer 0,59% e intensificou o movimento negativo, registando uma queda de 1,12% para 3.791,92 pontos 20 minutos depois da abertura. Estão 14 cotadas em queda e quatro em alta. Ontem o índice português tinha valorizado mais de 4%, conseguindo a valorização mais forte desde 2015.
Nas bolsas europeias os índices marcam perdas em torno de 2%. O Stoxx600 desce 1,79% para 285,86 pontos. Pela negativa destaca-se o BCP, com uma queda de 3,62% para 0,1012 euros. A Galp Energia desliza 3,9% para 8,484 euros numa sessão em que o petróleo está em mínimos de 2003 em Nova Iorque e abaixo dos 30 dólares em Londres. A EDP desce 2,93% para 3,514 euros. Pela positiva destaca-se a Jerónimo Martins, que dispara 3,01% para 15,925 euros.
Petróleo em Nova Iorque desce a mínimo de 17 anos
As cotações de petróleo estão a reforçar as pesadas quebras, num contexto de abundância da oferta da matéria-prima, que é agravado pelo corte na procura que resulta dos receios de que o surto de coronavírus vai deixar como sintoma uma recessão global.
O barril em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) já recuou 2,8% para os 26,20 dólares esta sessão, tocando assim o nível mais baixo desde maio de 2003, isto é, 17 anos. O "irmão" Brent, que é negociado em Londres e é a referência para a Europa, já fechou ontem a negociar abaixo da marca dos 30 dólares, e segue agora com uma queda de 1,50% para os 28,30 dólares.
A contribuir para a hecatombe da matéria-prima está o anúncio de ontem da Arábia Saudita, que disse que iria exportar 10 milhões de barris de petróleo por dia em abril, o que representa um volume máximo histórico de exportação, depois de ter garantido que iria também aumentar a produção para mais de 12 milhões de barris diários no mesmo período.
Paralelamente, as medidas de contenção impostas pelo surto de coronavírus estão já a causar grandes distúrbios na procura, nomeadamente, ao travar a aviação comercial, um dos segmentos que mais consome petróleo. Além das consequências mais imediatas, já se prevê que a epidemia deixe a economia mundial em recessão, pelo que a atividade económica deverá abrandar, de mãos dadas com o consumo de petróleo que lhe é implícito.
Bolsas asiáticas eliminam ganhos e apontam para quedas na Europa
As bolsas asiáticas copiaram o "dia de loucos" que se registou nas bolsas norte-americanas e europeias. Depois do fecho em forte alta de Wall Street, com ganhos bem acima de 5%, os índices asiáticos arrancaram a sessão em forte alta, mas foram eliminando os ganhos ao longo da sessão, para a maioria fechar no vermelho.
Esta volatilidade acentuada mostra o nervosismo dos investidores com os efeitos da propagação do coronavírus, apesar de vários governos estarem a anunciar mega pacotes de estímulos orçamentais para responder à pandemia.
O japonês Topix chegou a subir mais de 4% e fechou quase inalterado enquanto o também nipónico Nikkei cedeu perto de 2%. A bolsa australiana caiu quase 6% e a praça de Hong Kong cedeu perto de 2%.
Os futuros sobre o S&P500 caem 3,7% e já atingiram a desvalorização limite de 5%. Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 afundam 4,1%, apontando para uma sessão de vermelho carregado nas praças europeias.
Fed de Nova Iorque vai injectar 1 bilião por dia no mercado monetário
A Reserva Federal de Nova Iorque anunciou uma nova operação de injecção de liquidez no mercado monetário, que ascende a um bilião de dólares por dia ao longo desta semana.
Segundo a Fed de Nova Iorque, citada pela CNN Business, serão realizadas duas operações (overnight repo) por dia esta semana, no valor de 500 mil milhões de dólares cada uma. Ou seja, um bilião de dólares por dia.
Estas operações são suplementares ao calendário normal e visam sustentar os mercados, assegurando um bom nível de reservas.
Depois de na semana passada já ter injectado liquidez no mercado, a Fed de Nova Iorque decidiu assim avançar com uma ação mais musculada, numa altura em que a crise do novo coronavírus tem retirado biliões de dólares das bolsas.
Recorde-se que a Reserva Federal norte-americana decidiu no domingo, 15 de março, um novo corte surpresa dos juros, de 100 pontos base, para um intervalo entre 0% e 0,25%, quando já tinha cortado em 50 pontos no passado dia 3 de Março – já que a medida deixou os investidores pouco tranquilos quanto ao impacto económico do novo coronavírus.
O banco central anunciou ainda outras medidas, como o reforço da flexibilização quantitativa (quantitative easing – QE), que passa pela compra de obrigações num valor mínimo de 700 mil milhões.
Além disso, anunciou várias outras ações, incluindo deixar os bancos financiarem-se a partir da janela de desconto da Fed durante 90 dias e reduzir os requisitos de capital de reserva para 0%.
E mais: anunciou também ter-se concertado com mais cinco bancos centrais para garantir que há dólares disponíveis em todo o mundo através de contratos swap.
Ações desde setembro
A retoma da compra de ativos pela Fed visa expandir o seu balanço para evitar uma nova crise nos mercados dos empréstimos de curto prazo – e a que Jerome Powell, presidente do banco central, chamou de "problemas técnicos" em outubro passado. Esse crise, ou os tais "problemas técnicos", obrigaram a que a Reserva Federal tivesse de intervir várias vezes com injeção de liquidez após a agitação de setembro nos mercados.
Em causa está o dinheiro disponível para as instituições financeiras se financiarem (junto de outros bancos ou do banco central) para as suas necessidades de curto-prazo: os agentes económicos pedem empréstimos com garantias e prometem pagar em alguns dias a um valor superior. Chama-se um acordo de recompra (em inglês, "repo", repurchase agremeent), um mercado de 2,2 biliões de dólares nos EUA.
A liquidez desse mercado "secou" em meados de setembro, o que levou a taxa de juro em alguns empréstimos ‘overnight’ (de um dia para o outro) para os 10%, mais de quatro vezes superior ao intervalo dos juros diretores (atualmente nos 2% a 2,25%). Estes juros diretores da Fed servem para influenciar os juros praticados nos mercados financeiros dos EUA.
Esse episódio forçou então a Reserva Federal a fazer uma injeção de liquidez de emergência de mais de 50 mil milhões de dólares para evitar que os custos de financiamento aumentassem ainda mais, o que não acontecia há mais de uma década, segundo a Reuters.
Depois, a 11 de outubro, a Fed anunciou que iria começar a comprar o equivalente a 60 mil milhões de dólares de bilhetes do Tesouro, mensalmente, para melhorar o seu controlo da taxa de juro que usa para orientar a política monetária. Esse volume de compras aumentou agora fortemente.
Bolsas americanas disparam 6%
As bolsas norte-americanas recuperaram da maior queda desde outubro de 1987, animadas pelas declarações de Trump, Mnuchin e Pence sobre as medidas do governo para mitigar os efeitos económicos da covid-19.
O Dow Jones encerrou a subir 5,20%, para 21.237,79 pontos, depois de ontem cair perto de 13% e registar a maior descida em pontos da sua história.
Já o Standard & Poor’s 500 avançou 6% para 2.529,19 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite disparou 6,23% para 7.334,78 pontos, depois de ontem perderem, respectivamente, 11,98% e 12,32%.
Os três grandes índices de Wall Street ganharam assim terreno, animados pelas declarações televisivas do presidente do país, Donald Trump, do vice-presidente, Mike Pence, e do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, que falaram sobre as medidas do governo para mitigar os efeitos económicos da covid-19.
Mnuchin disse esperar chegar ainda esta noite a acordo com os republicanos do Senado para a aprovação de um pacote extra de 850 mil milhões de dólares. Este financiamento orçamental inclui ajuda às companhias aéreas, a par com um corte no IRS, entre outras disposições, nomeadamente cheques acima de mil dólares para todos os americanos.