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Bolsas americanas mistas à espera de estímulos à economia
As principais praças do outro lado do Atlântico fecharam em baixa, sendo o índice tecnológico Nasdaq a exceção. Os investidores estão à espera da aprovação de um novo pacote alargado de estímulos à economia, que tarda a chegar.
O Dow Jones encerrou a ceder 0,23%, para os 29.999,26 pontos, depois de ontem ter marcado um novo máximo histórico nos 30.319,70 pontos antes de entrar no vermelho.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 terminou a recuar 0,13% para 3.668,10 pontos, após ter estabelecido na negociação intradiária de ontem um máximo de sempre nos 3.712,39 pontos.
Em contrapartida, o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 0,54% para 12.405,81 pontos. Na abertura de quarta-feira chegou a igualar o recorde fixado na véspera, nos 12.594,54 pontos.
Um dos focos dos investidores continua a estar nas negociações no Congresso para um novo pacote alargado de estímulos à economia, hoje reforçado pelo facto de os novos pedidos de subsídio de desemprego continuarem a aumentar. Na semana passada, foi hoje divulgado, a solicitação destes apoios estatais aumentou em 137.000, quando a estimativa do mercado apontava para uma redução de dois mil.
"Qualquer boa notícia sobre o pacote de estímulos pode ofuscar tudo o resto e levar a que nos concentremos de novo no potencial das vacinas contra a covid-19 e na revitalização económica que daí advirá", comentou à CNN o principal estratega de mercados da National Securities, Art Hogan. "Mas, por agora, estamos reféns do impasse em Washington", acrescentou, referindo-se à falta de entendimento entre democratas e republicanos na aprovação dos estímulos adicionais.
Ontem foi aprovado pelos congressistas um decreto de financiamento governamental provisório que dará mais tempo a estas negociações – mas não muito, pois esse financiamento está previsto para apenas uma semana.
Os atuais valores dos principais índices de Wall Street rondam todos os máximos históricos atingidos esta semana, com o mercado a negociar em níveis que tinham sido observados durante a bolha tecnológica de 1999-2000 e antes do histórico crash de 1929, sublinha a CNN Business.
Ainda assim, os investidores continuam preocupados, pois o mercado raramente esteve assim tão caro.
Um indicador conhecido como rácio CAPE Shiller P/E – que analisa os preços das ações divididos pelos lucros ajustados ao longo de 10 anos – está em torno de 33, que é praticamente o dobro da média histórica.
Esse indicador está um pouco acima do rácio de 27 atingido em 1929, antes da Grande Depressão, destaca Jim Reid, estratega do Deutsche Bank – que se mostra preocupado com a possibilidade de uma forte contração bolsista.
Reid não é o único a pensar assim, frisa a CNN, citando Todd Lowenstein, analista do Union Bank – que diz que "a inversão até à média é como a gravidade: não se consegue resistir para sempre".