A bolsa nacional encerrou em terreno negativo depois de duas sessões em alta. O PSI-20 desvalorizou 2,41% para 5.022,91 pontos, com 15 empresas em queda, uma em alta e uma inalterada. Entre as restantes praças europeias, o vermelho foi também a cor dominante. O índice grego, que já encerrou a negociação, foi o que registou a desvalorização mais expressiva no Velho Continente, tendo recuado 3,16%.

A marcar a negociação no Velho Continente estão os receios dos investidores em relação à evolução da economia mundial. Além disso, os investidores estão de olhos postos no sector automóvel depois de ter sido confirmado que a francesa Renault foi alvo de um raide do departamento anti-fraude. O efeito nas acções da empresa não tardou, tendo os títulos sofrido uma forte desvalorização.

Um comunicado da Renault Portugal, enviado às redacções esta tarde, explica que "após a revelação pela EPA – Agência Americana de Proteção do Ambiente – da existência de um software do tipo "Defeat Device" num construtor automóvel de primeiro plano, foi criada, pelo Governo francês, uma comissão técnica independente – chamada Comissão Royal – que tem por objectivo verificar que os construtores automóveis Franceses não equipam os seus modelos com dispositivos semelhantes".

"Neste quadro, estão em teste 100 automóveis, dos quais 25 da Renault, um número que corresponde à quota de mercado da marca em França. No final de Dezembro de 2015 foram já testados 11 modelos, dos quais quatro da marca Renault", pode ler-se ainda no documento. Por esta altura, as acções da construtora automóvel francesa recuam 10,28% para 77,75 euros. Outras empresas europeias do sector estão também em queda. A Fiat desce 7,6% para 6,865 euros, a PSA desvaloriza 5,05% para 14,005 euros, a Volkswagen perde 3,15% para116,70 euros e a BMW cede 0,64% para 80,50 euros.

 
Por cá, os títulos da Jerónimo Martins e da Nos foram os que mais penalizaram a negociação no PSI-20.

A retalhista Jerónimo Martins, dona dos supermercados Pingo Doce, encerrou a cair 4,83% para 11,82 euros. A empresa liderada por Pedro Soares dos Santos está na lista das principais apostas do CaixaBI para a bolsa lisboeta em 2016. Altri, EDP Renováveis e Nos estão também incluídas neste leque.

A Sonae, que detém a marca Continente, recuou 2,37% para 1,03 euros. Numa nota de análise a que o Negócios teve acesso, o CaixaBI antecipa que a empresa liderada por Paulo Azevedo obteve vendas de 4,784 mil milhões de euros em 2015.

A Nos encerrou a cair 3,36% para 6,827 euros. Numa nota de análise a que o Negócios teve acesso, a unidade de investimento do UBS decidiu subir a avaliação da Nos para 7,60 euros por acção, devido ao desempenho positivo em 2015 e às perspectivas "sólidas" para este ano.

A Pharol recuou 2,38% para 24,6 cêntimos.

Na banca, as duas cotadas registaram quedas superiores a 4%. O BCP desvalorizou 4,10% para 4,44 cêntimos. O BPI recuou 4,12% para 1,023 euros.

No sector da pasta e do papel, a Semapa caiu 5,35% para 12,305 euros, a Portucel desvalorizou 4,29% para 3,328 euros. A Altri desceu 2,61% para 4,59 euros.

Na energia, a EDP perdeu 2,21% para 3,14 euros e a EDP Renováveis recuou 2,76% para 7,079 euros. A REN desvalorizou 2,32% para 2,735 euros.

A Galp Energia, por outro lado, foi a única empresa do principal índice da bolsa de Lisboa que encerrou em terreno positivo. Somou 4,98% para 9,95 euros, numa altura em que os preços do petróleo estão a subir nos mercados internacionais. O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, sobe 1,41% para 30,91 dólares por barril. O Brent do Mar do Norte, que serve de referência para as importações nacionais, avança 1,65% para 30,81 dólares por barril.

A Impresa fechou inalterada nos 50 cêntimos por acção.

(Notícia actualizada às 17:01 com mais informação)