O principal índice da bolsa nacional caiu 2,33% para 5.627,05 pontos, em mais um dia de quedas por toda a Europa devido ao impasse das negociações entre Atenas e os credores internacionais. As partes voltaram a falhar um acordo devido a "diferenças significativas". Ou dois mil milhões de euros anuais, entre 0,5% e 1% do PIB, quantificou a Comissão Europeia. O Governo grego cedeu na meta para o excedente primário de 1% do PIB - que os credores sugeriam – mas recusou-se a eliminar o escalão mais baixo do IVA, propondo mesmo uma descida de 6,5% para 6%.

 

"Apesar de terem sido alcançados alguns progressos, as negociações não foram bem-sucedidas já que continuam a existir diferenças significativas entre o que foi proposto pelo Governo grego e o que foi exigido pelos credores internacionais", revelou um porta-voz da Comissão Europeia este domingo após as negociações terem sido dadas como terminadas pelo próprio presidente da comissão, Jean-Claude Juncker.  

 

O primeiro-ministro grego acusa as instituições europeias de falta de "realismo" e diz que o seu Governo vai esperar "pacientemente" que essa postura se altere. "Só se podem encontrar motivos políticos na insistência dos credores em novos cortes nas pensões depois de cinco anos de saques, sob o memorando", afirmou Alexis Tsipras, em entrevista ao jornal Efimerida Ton Syntakton, citada pela Bloomberg. "Vamos esperar pacientemente que as instituições ganhem realismo. Não temos o direito de enterrar a democracia europeia no lugar onde ela nasceu".

17 cotadas em queda

Das 18 cotadas que compõem o índice nacional, 17 fecharam em terreno negativo e apenas uma em alta (Impresa). As maiores quedas foram protagonizadas pela Teixeira Duarte, Mota-Engil, Banco Comercial Português e pela Pharol, que após 10 sessões em queda atingiu um novo mínimo histórico nos 34,6 cêntimos por acção. Os títulos da empresa liderada por Luís Palha da Silva encerraram o dia a cair 3,47% para 36,2 cêntimos e acumularam, nos últimos 10 dias, uma desvalorização superior a 28%. 

Na banca, o BCP liderou as quedas ao cair 6,76% para 8,0 cêntimos. O Banif caiu 1,47% para 0,67 cêntimos, enquanto o BPI recuou 1,79% para 1,316 euros. No sector da construção, a Teixeira Duarte perdeu 9,65% para 54,3 cêntimos, e a Mota-Engil caiu 7,22% para 2,109 euros. 

No sector da energia, a EDP perdeu 1,38% para 3,353 euros, a EDP Renováveis caiu 2,09% para 6,385 euros e a Galp recuou 1% para 10,89 euros.