Foi uma segunda-feira negra na bolsa de Atenas. Depois de cinco semanas sem negociar, a praça helénica retomou esta segunda-feira, 3 de Agosto, a negociação com quedas expressivas. No fecho da sessão, o principal índice grego estava a perder 16,37%. Uma desvalorização que, ainda assim, é menos acentuada que a registada durante a manhã desta segunda-feira, quando o tombo era superior a 20%. A Bloomberg escreve que a praça grega reabriu com a maior série de vendas em décadas.

A banca grega foi o sector mais castigado, não tendo os títulos do sector negociado até ao final da sessão dado que as regras da bolsa de Atenas impedem que uma acção desvalorize mais de 30% numa única sessão. Por volta das 13 horas em Lisboa os principais bancos pararam de negociar, estando, na altura, o Alpha Bank a cair 29,81% para 22,6 cêntimos. O Piraeus Bank recuava 30% para 28 cêntimos, o Eurobank Ergasias descia 29,86% para 10,1 cêntimos e o National Bank of Greece desvalorizava 30% para 84 cêntimos.

Este comportamento da praça grega tem lugar numa altura em que autoridades em Atenas estão a negociar, com os credores internacionais, um terceiro resgate para o país. "A situação do mercado de capitais na Grécia tem de piorar antes de melhorar" afirmou à Bloomberg Luca Paolini, da Pictet Asset Management em Londres. "Persistem riscos que têm de ser resolvidos", acrescentou.

Os traders em Atenas revelaram, à agência de informação, que o mercado não funcionou hoje com normalidade devido às contínuas interrupções provocadas pelas quedas acentuadas dos preços. A expectativa em Atenas é que os preços das acções desvalorizem ainda mais nos próximos dias antes de o mercado voltar a transaccionar com normalidade. Para Stravros Kallinos, do Guardian Trust, a sessão desta segunda-feira na capital grega "foi um desastre total".

"Não é possível ter um mercado a funcionar normalmente com um controlo de capitais. Vai ser um processo gradual. Estamos a seguir em frente mas é um passo de cada vez", disse à Bloomberg.