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Filial turca do National Bank of Greece já vale mais do que o banco grego     

A filial turca do National Bank of Greece, o Finansbank, já vale mais do que o próprio banco grego. Algo que se deve à forte desvalorização registada pelo National Bank of Greece na sessão bolsista desta segunda-feira, a primeira após cinco semanas de encerramento.

Bloomberg
03 de Agosto de 2015 às 14:41
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Na primeira sessão bolsista após cinco semanas de encerramento da bolsa grega, o National Bank of Greece (NBG) segue a afundar 30% para 0,84 euros, acompanhando o sentimento verificado pelo sector financeiro helénico no dia do regresso à transacção bolsista. A confiança dos investidores europeus na banca grega, nomeadamente no NBG, está de tal forma depauperada que o Finansbank, filial turca daquele banco grego, já vale mais do que o próprio banco-sede.

 

O Finansbank, que segue a valorizar 0,31% para 3,26 liras turcas, detém agora uma capitalização bolsista de aproximadamente 9,2 mil milhões de liras turcas (pouco mais de 3 mil milhões de euros). Já a queda registada pelo NBG esta segunda-feira, 3 de Agosto, implicou uma quebra da capitalização bolsista do banco grego para um valor inferior a 3 mil milhões de euros. O NBG apresentou lucros de 66 milhões de euros no exercício de 2014, para o que o Finansbank contribuiu com lucros de 318 milhões no mesmo período.

A agência Bloomberg nota que a inversão é tanto mais considerável numa altura em que também a Turquia vive momentos conturbados. Ancara iniciou na semana passada uma guerra "indiscriminada" contra o terrorismo. Que na prática é uma guerra contra a ameaça representada pelo terrorismo sunita do Estado Islâmico (EI), acompanhada também por uma ofensiva contra os "terroristas curdos". A comunidade turca, quer na Síria quer no Iraque, tem sido o principal travão aos avanços do EI. Esta luta contra os curdos pode derivar em conflitos internos de dimensões ainda difíceis de prever, num país que classifica o PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) de movimento "terrorista".

 

Em paralelo a esta situação, a Turquia continua a ser governada por um governo interino, visto que os resultados das legislativas de Junho não asseguraram nenhuma maioria parlamentar. As negociações para a formação de um Executivo foram infrutíferas até ao momento. Foi precisamente a votação conseguida pelo Partido Democrático do Povo (HDP), pró-curdo mas que adoptou um posicionamento pós-curdo e de âmbito nacional, que impediu uma maioria do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), do presidente Recep Tayyip Erdogan. Erdogan viu assim travado o seu objectivo de uma maioria parlamentar que permitisse uma alteração constitucional tendente à presidencialização do regime.

 

A incerteza política turca agora agravada por motivos geopolíticos contribuiu para que a lira turca já tenha desvalorizado 7% em 2015, fazendo desta moeda uma das poucas principais divisas mundiais que perdeu valor para a moeda europeia desde o início deste ano. No entanto, a crise da moeda única europeia associada ao receio de uma saída grega do euro ("Grexit"), que o princípio de acordo entre Atenas e as instituições credoras ainda não permitiu dissipar, estão a impor fortes perdas na bolsa grega que esta segunda-feira segue a desvalorizar 15,94%. A desconfiança dos investidores em relação ao futuro da Grécia e à sua viabilidade financeira continua a ser o sentimento reinante.

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