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BCP recupera e volta cotar nos dois cêntimos
As acções do BCP estão a recuperar após cinco sessões negativas, com os títulos a subirem mais de 5%, regressando à fasquia dos dois cêntimos.
As acções do BCP iniciaram a manhã a recuperar, após as fortes perdas dos últimos dias, que levaram o banco a negociar em novos mínimos históricos. Os títulos já estiveram a valorizar mais de 5%, regressando a nívies superiores aos dois cêntimos por acção, depois de a Moody’s ter mantido a notação financeira do BCP no quarto nível de lixo, mas ter realçado a melhoria do perfil de crédito.
O BCP segue a subir 5,11% para 2,03 cêntimos, estando a reforçar a tendência de ganhos da abertura. As acções estão a recuperar após uma série de cinco dias de quedas acentuadas, que tiraram mais 24,3% do valor do banco, com o BCP a ser o mais penalizado pela instabilidade nos mercados financeiros.
A subida ocorre depois da Moody’s ter mantido o "rating" da dívida de longo prazo do banco liderado por Nuno Amado, em B1, que corresponde ao quarto nível do chamado "lixo". Apesar da avaliação da dívida de longo prazo permanecer em grau especulativo, a agência de notação financeira melhorou o perfil de crédito individual do BCP.
A agência refere que o "upgrade" é o reflexo da "melhoria do desempenho financeiro do banco face aos anteriores níveis bastante fracos, nomeadamente em termos de rentabilidade e de capital". "A Moody’s vê que o banco continua a apresentar uma modesta capacidade de absorção de riscos, mas a probabilidade de precisar de ajuda externa para se recapitalizar diminuiu devido ao perfil de crédito – ainda débil mas a melhorar", remata.
Esta nota da agência de "rating" é "positiva para o BCP, pois representa uma mensagem de suporte da Moody’s que surge depois de uma semana de fraca prestação da acção nos mercados e aumento de preocupação dos investidores com a posição de capital do banco", refere a Haitong.
Apesar das perspectivas de melhorias nos resultados financeiros, o banco deverá a ser o mais penalizado na bolsa portuguesa enquanto se mantiver o clima de incerteza no exterior. As bolsas europeias têm estado sob forte pressão nos últimos dias, à medida que se aproxima a data do referendo no Reino Unido, que poderá levar à saída do país da União Europeia.
E, enquanto se mantiverem os receios de um Brexit e a incerteza em torno dos juros nos EUA, "sectores directamente expostos às políticas monetárias dos bancos centrais poderão sofrer de volatilidade acrescida", alerta Marisa Cabrita, gestora de activos da Orey Financial.
(notícia actualizada às 9:05 com comentário da Haitong e novas cotações)