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BCP sobe mais de 3% após entrada da Fosun

A Fosun já é o maior accionista do BCP, com mais de 16% do capital do banco. Pagou 1,1089 euros por acção, o que corresponde a um desconto de 11% face ao valor de sexta-feira, mas os analistas do Haitong sublinham que as condições de aumento de capital são mais favoráveis.

Miguel Baltazar
21 de Novembro de 2016 às 09:59
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As acções do BCP estão a subir 3,49% para 1,2926 euros, tendo chegado a disparar 6% logo no arranque da sessão.

 

A subida das acções surge depois de ter sido conhecido, no domingo, que a Fosun já entrou no capital do banco liderado por Nuno Amado, tendo investido 175 milhões de euros para ficar com 16,7% do capital. 

 
Este valor (1,1089 euros por acção) está 11,2% abaixo da cotação de fecho das acções do BCP na sexta-feira e 26% abaixo do preço máximo que a Fosun tinha assumido vir a pagar (1,5 euros por acção) quando, a 29 de Julho, foi revelado o acordo. 

 

O Haitong considera "desapontante" o preço que a Fosun pagou por 16,7% do BCP. Mas realça que as condições desta operação são mais favoráveis do que se o banco tivesse ido ao mercado financiar-se.

"Por um lado pensamos que o preço de subscrição do aumento de capital é, de alguma forma, desapontante (10% de desconto ao preço ajustado de 1,226 euros), tendo em consideração que o BCP está a negociar próximo de mínimos do ano. Por outro lado, o aumento de capital de 175 milhões de euros, permite que o CET1 [rácio de solvabilidade] do BCP suba de 9,5% para 10%, com termos muito mais favoráveis do que se o banco tivesse de ir ao mercado aumentar capital", salientam os analistas do Haitong.

 

"Este negócio foi muito aguardado e permite ao BCP fortalecer a sua base de accionistas com um investidor com amplo acesso a financiamento que pode ser muito importante em 2017, quando o BCP tiver de reembolsar 750 milhões de euros em CoCos – de outra forma estes serão convertidos em acções com um desconto de 30% a preços de mercado", acrescentam os mesmos analistas.


A marcar o dia estão também as declarações de Luis Marques Mendes, que revelou que o Estado deverá reaver os 750 milhões de euros, emprestados em 2012 e que ainda não foram devolvidos, no início do próximo ano.

 

Foi também revelado que a assembleia geral de accionistas do BCP, convocada para esta segunda-feira para deliberar sobre o aumento do limite de votos para 30%, foi, novamente, adiada para 19 de Dezembro. Este segundo adiamento, segundo apurou o Negócios, prende-se com a intenção de o banco conseguir obter o maior consenso possível na aprovação desta desblindagem. Uma procura de equilíbrio quando está em entrada um novo accionista. E, apesar da Fosun já ter recebido luz verde do BCE para elevar a sua posição, a Sonangol, que pediu autorização para deter mais de 20% do banco, ainda não recebeu resposta do banco central.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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