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BCP recupera de mínimo histórico com primeira subida em três sessões
As acções do BCP chegaram a afundar mais de 9% para mínimos históricos, mas recuperaram depois das declarações do CFO do banco.
Mais uma sessão de altos e baixos no BCP. Com a admissão à negociação das novas acções resultantes do aumento de capital, os títulos iniciaram a sessão em queda, que se acentuou até atingirem um mínimo histórico de 13,27 cêntimos.
Tal aconteceu a meio da manhã, na mesma altura em que decorria na Euronext uma sessão especial para assinalar a admissão à negociação de mais de 14 mil milhões de novas acções. Depois das declarações de Miguel Bragança, CFO do banco, as acções encetaram um movimento de recuperação e conseguiram fechar mesmo em terreno positivo.
Terminaram o dia a valorizar 0,48% para 14,67 cêntimos, naquela que foi a primeira sessão de ganhos em três. Nos dois dias anteriores as acções registaram fortes quedas (-15,8%).
Na sessão na Euronext, Miguel Bragança considerou "normal" a reacção das acções, pois "quem subscreveu a acção a 9,4 cêntimos é normal que tenha oportunidade para vender. Há algum ‘profit taking’".
O CFO do BCP adiantou que "é normal nos aumentos de capital haver muitas oscilações" e quem "consegue subscrever muito barato" acaba depois por aproveitar para vender.
No mesmo evento, Miguel Bragança mostrou-se muito satisfeito com a nova estrutura accionista, que considera diversificada e estável. Reiterou também que os chineses da Fosun mantêm o compromisso público de atingir 30% do banco. Algo que só será agora possível através de compras em bolsa.
Na estreia das novas acções, a sessão fica também marcada uma forte liquidez, já que foram transaccionados 309 milhões de acções, quando a média diária de seis meses é de 24 milhões de acções.
Apesar da recuperação na segunda metade da sessão, o BCP acumula ainda uma queda de 20,47% este ano. Com o reforço de capital, a capitalização bolsista do banco é agora de 2,217 mil milhões de euros.
A entrada destas novas acções - que mais do que duplica o peso do BCP no PSI-20 para quase 10% - marca o fim do processo de aumento de capital, que se traduziu num encaixe de 1,33 mil milhões de euros para o banco, montante que será utilizado maioritariamente para reembolsar a ajuda do Estado. O CFO do banco revelou que o BCP procedeu já hoje ao pagamento de 700 milhões de euros ao Estado.
Após o aumento de capital, a Fosun reforçou o estatuto de maior accionista, passando a deter perto de 23,92% do capital do banco, enquanto a Sonangol manteve o estatuto de segundo maior accionista, com mais de 15% do capital.