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BCE e aproximação da China e EUA animam Wall Street
O alívio das tensões entre os EUA e a China está a animar os investidores que estão também a aplaudir as medidas anunciadas pelo BCE, uma semana antes da reunião da Fed.
As bolsas dos EUA iniciaram a sessão em alta, a refletir a aproximação entre China e EUA e as medidas de estímulos económicos anunciadas esta quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).
O Dow Jones está a subir 0,23% para 27.200,79 pontos, o Nasdaq avança 0,53% para 8.212,77 pontos e o S&P500 está a crescer 0,31% para 3.010,35 pontos.
Os investidores acordaram esta quinta-feira, 12 de setembro, com desenvolvimentos na frente comercial. Donald Trump anunciou um adiamento da aplicação das tarifas sobre alguns produtos importados da China. Em vez de passarem a ser aplicadas no dia 1 de outubro, o aumento em causa só deverá entrar em vigor no dia 15. Em causa está a subir das tarifas de 25% para 30% sobre importações de bens avaliados em 250 mil milhões de dólares.
O presidente dos EUA considerou, através do Twitter, que esta decisão era um "gesto de boa vontade" e surge depois de a China ter implementado medidas que aliviaram a tensão entre os dois países, nomeadamente a isenção de tarifas sobre alguns bens americanos.
Entretanto, Pequim terá dado ordens para que as empresas chinesas voltem a comprar soja e carne de porco aos Estados Unidos.
Donald Trump já reagiu, mais uma vez através do Twitter, afirmando esperar que "a China compre montantes elevados de produtos agrícolas" americanos.
A marcar a sessão está também o anúncio de novas medidas de estímulos por parte do BCE. Além do esperado corte da taxa de juros dos depósitos de -0,40% para -0,50% e do sistema de escalonamento nas taxas de juro pagas pelos bancos, o chamado "tiering", o banco central lançou um novo programa de compra de ativos, apesar da aparente divisão no seio da autoridade.
As compras vão começar a 1 de novembro e terão a dimensão líquida de 20 mil milhões de euros por mês. Os analistas dos bancos falavam em compras entre 30 e 40 mil milhões de euros mensais.
Donald Trump foi expedito e reagiu de imediato aos anúncios do BCE, atacando o banco central europeu e a Fed. "O Banco Central Europeu, agindo depressa, cortou os juros em 10 pontos base. Eles estão a tentar, e a ter sucesso, depreciar o euro contro o MUITO forte dólar, afetando as exportações dos EUA… E a Fed está sentada, e sentada, e sentada. Eles estão a ser pagos para emprestar dinheiro, enquanto nós pagamos taxas de juro!"
Apesar das críticas de Trump, as novidades estão a animar a negociação, com os investidores à espera da reunião da Reserva Federal (Fed), agendada para a próxima semana.European Central Bank, acting quickly, Cuts Rates 10 Basis Points. They are trying, and succeeding, in depreciating the Euro against the VERY strong Dollar, hurting U.S. exports.... And the Fed sits, and sits, and sits. They get paid to borrow money, while we are paying interest!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 12, 2019
As tecnológicas estão entre as cotadas que mais sobem, com a Apple a ganhar 0,14% para 223,96 dólares, a Microsoft avança 1,03% para 137,52 dólares e a Nvidia cresce 1,26% para 186,65 dólares.
Entre as cotadas que estão a depreciar está a banca – um dos setores mais afetados pelo contexto de juros baixos – com o Bank of America a cair mais de 1% para 29,05 dólares, o Goldman Sachs a perder 0,21% para 216,34 dólares e o JPMorgan a ceder quase 1% para 116,29 dólares.