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Bancos preparados para "celebrar como se fosse 1995"

Um analista do banco de investimento norte-americano Wells Fargo disse esta terça-feira que a banca está pronta para celebrar em grande se a Fed cortar juros. Vai ser como se estivéssemos em 1995, afiançou.

Reuters
04 de Junho de 2019 às 21:26
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As bolsas norte-americanas ganharam terreno na sessão desta terça-feira, com ganhos superiores a 2% - no caso do S&P 500 foi a maior subida desde 30 de janeiro; já o tecnológico Nasdaq Composite conseguiu sair de território de correção e o Dow Jones não vivia uma sessão tão boa desde meados de fevereiro.

 

A contribuir para este entusiasmo, e a fazer esquecer por momentos os receios em torno das fricções comerciais, esteve o facto de os analistas começarem a acreditar que a Reserva Federal vai interromper a sua política de normalização de juros iniciada em finais de 2015 – e que já levou a nove subidas da taxa diretora –, podendo mesmo vir a decidir-se por uma descida ainda este ano.

 

O presidente da Fed de St. Louis, James Bullard, admitiu que poderá ser preciso reduzir em "breve" os juros nos EUA devido à persistente baixa inflação e a um potencial abrandamento económico como consequência da guerra comercial.

 

Em seguida, o presidente do banco central americano, Jerome Powell, garantiu que a Fed está preparada para apoiar a economia dos EUA, o que foi lido como havendo margem para baixar os juros em caso de necessidade.

 

Foi o suficiente para dar novo ânimo às bolsas – movimento também registado nos mercados acionistas europeus.

 
As cotadas do ramo financeiro foram as que mais se destacaram nas subidas de hoje em Wall Street, com os maiores bancos a festejarem depois de o analista Mike Mayo do Wells Fargo ter dito que o setor está pronto para "celebrar como se fosse 1995" se houver uma descida dos juros.

E o desempenho desta terça-feira deu já umas luzes sobre este possível cenário. O Citigroup disparou 5,22%, a maior subida intradiária desde 4 de janeiro, e o Bank of America escalou 4,65% - desde 16 de janeiro que não resgistava um acréscimo tão expressivo.

Um corte dos juros diretores "seria um paralelo com 1995, quando as ações da banca sobressaíam entre as que mais valorizavam", escreveu Mayo numa nota de research a que a Bloomberg teve acesso.

 

Tanto naquela época como agora, o ciclo de endurecimento estava nas suas etapas finais e a curva dos juros da dívida soberana já tinha passado pela fase de nivelamento, acrescentou o analista.

Mayo, que acompanha este setor há mais de 30 anos, estima também que os bancos deverão melhorar a sua eficiência, mesmo que as margens obtidas com os juros cobrados sejam comprimidas.

 

"Independentemente de as receitas serem fortes ou fracas, estamos convictos de que os bancos verão a sua faturação crescer mais depressa do que as despesas, o que resultará numa positiva alavancagem operacional", sublinhou na sua nota de análise.

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