Notícia
Após vitória de Bolsonaro, acções da fabricante de armas Taurus afundam 50%
A empresa acumulou uma valorização de quase 400% durante o período da campanha eleitoral no Brasil.
As acções da fabricante brasileira de armas Forjas Taurus, que deram um salto de quase 400% durante a campanha eleitoral no país, quando as sondagens davam vantagem a Jair Bolsonaro na corrida presidencial, acumulam agora um tombo de mais de 50% nas duas sessões bolsistas decorridas após a vitória do candidato do PSL.
O favoritivismo do ex-capitão do Exército deu fôlego ao título, uma vez que Bolsonaro defendia o fim do estatuto do desarmamento, sugerindo que pretendia armar a população brasileira facilitando a compra e o porte de armas.
O ajuste no preço já era esperado porque a pujança nas acções era considerada de carácter especulativo. Isto porque a subida ocorreu apesar de a empresa ter apresentado resultados financeiros negativos e mesmo depois de o próprio Bolsonaro ter dito que, se fosse eleito, quebraria o monopólio da fabricante de armas, o que seria negativo para a empresa que fornece material para diversas polícias do Brasil.
Duas fabricantes de armas, a Caracal – empresa do grupo estatal Emirates Defense Industries Company (Edic), dos Emirados Árabes Unidos, que tem planos para construir uma fábrica no Estado de Goiás – e a CZ, da República Checa, já sinalizaram que pretendem entrar para concorrer com a Taurus no país, segundo o jornal Valor Econômico.
A Taurus é uma das duas empresas no Brasil que produzem armas. A companhia diz que é uma das três principais fabricantes de armas leves no mundo e exporta armamento de uso civil e militar para mais de 70 países. Também produz capacetes e acessórios, além de peças para a indústria automóvel.
No primeiro semestre, a companhia registou prejuízos de 92,6 milhões de reais (22,2 milhões de euros), uma perda três vezes superior à verificada no mesmo período do ano passado.