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Ações da Savannah afundam mais de 20% por causa da investigação ao lítio

Trata-se do nível mais baixo desde 1 de março alcançado pelas ações da companhia que é cotada na Bolsa de Londres e regulada pelo London Stock Exchange's Alternative Investment Market (AIM).

Emanuel Proença, CEO da Prio
David Cabral Santos
08 de Novembro de 2023 às 10:46
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As ações da Savannah Resources, liderada pelo português Emanuel Proença, estão a afundar na bolsa de Londres, depois de a empresa britânica mineira ter confirmado, via comunicado oficial, que foi alvo de buscas por parte das autoridades portuguesas no âmbito da investigação em curso do Ministério Público aos negócios do lítio.

Os títulos chegaram a afundar 22,73% para 2,55 libras cada, o valor mais baixo desde março das ações da companhia que é cotada na bolsa de Londres e regulada pelo London Stock Exchange's Alternative Investment Market (AIM). Além disso, as ações da empresa estão também disponíveis no Quadro de Cotações da Bolsa de Valores de Frankfurt (FWB), refere a Savannah Resources.

Entretanto, a queda aliviou, estando ao final da manhã a recuar cerca de 18% para 2,70 libras por ação. Apesar disso, desde o início do ano, a Savannah Resources mantém-se acima da linha de água, a ganhar 20,5%.

A empresa viu esta semana o seu nome ser envolvido, pela primeira vez, na investigação que decorre em Portugal aos negócios do lítio e do hidrogénio, na qual António Costa, o ministro das Infraestruturas e ex-secretário de Estado da Energia, João Galamba, e o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, entre outros responsáveis políticos e empresariais, como o chefe de gabinete do primeiro-ministro, são suspeitos de "crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência" no âmbito dos negócios do lítio e do hidrogénio em Portugal.

Em comunicado, a Procuradoria Geral da República confirmou que "estão a ser investigados factos relacionados comas concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas)". 

Horas depois, a confirmação veio da própria Savannah Resources, que está a desenvolver em Portugal o projeto de lítio da mina do Barroso, em Boticas: durante esta terça-feira, "certas instalações" da empresa no país foram visitadas por autoridades portuguesas, mas nenhum dos responsáveis foi constituído arguido na investigação do Ministério Público aos negócios do lítio e do hidrogénio.

"A Savannah confirma que os seus trabalhos no projeto de lítio do Barroso continuam a decorrer normalmente durante a investigação do DCIAP ", referiu a empresa em comunicado, acrescentando que "a licença de mineração, recebida em 2006, também se mantém intocada".

A empresa assegura ainda que "sempre conduziu e sempre conduzirá o negócio de forma totalmente legal e transparente" e que fará novos anúncios relacionados com a investigação quando for adequado.

Apesar da forte contestação da população local, a Savannah Resources tem "luz verde" condicionada por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (desde maio de 2023) para avançar com obras no terreno e começar a extração em 2026. O investimento deverá ultrapassar 260 milhões de euros e o objetivo é atingir uma produção de cerca de 200 mil quilotoneladas de concentrado de espodumena por ano, contendo lítio suficiente para produzir meio milhão de baterias para veículos elétricos. No total, a Savannah espera produzir 1,5 milhões de toneladas de lítio em Boticas.

(Notícia atualizada às 13:20)

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