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Acções do BPI caem 7% e negoceiam abaixo do preço da OPA
Os títulos do banco voltaram à negociação com uma queda de 7%, mas já acentuaram as descidas, com as acções a negociarem abaixo dos 1,113 euros oferecidos na OPA do CaixaBank.
As acções do BPI voltaram a negociar com uma queda superior a 7%, depois de terem estado suspensas mais de uma semana, na sequência da incerteza em torno das negociações entre o CaixaBank e a Santoro e do lançamento de uma oferta por parte do banco catalão. As acções seguem a negociar baixo do valor da OPA dos espanhóis.
Os títulos regressaram à negociação a cair 7,3% para 1,104 euros, tendo entretanto já acentuado as descidas. Estiveram a desvalorizar um máximo de 9,32% para 1,08 euros, com as acções a transaccionarem abaixo do valor oferecido pelos espanhóis do CaixaBank na OPA lançada esta segunda-feira, 18 de abril. O banco espanhol oferece 1,113 euros por cada acção do BPI.
Antes da negociação, as ordens apontavam para uma descida de cerca de 7,8% face ao valor a que os títulos foram suspensos. As acções negociaram pela última vez no passado dia 8 de Abril, tendo encerrado nessa sessão a subir 3,30% para 1,191 euros.
A suspensão foi levantada esta tarde pelo regulador depois de o BPI ter comunicado que "não está, neste momento, a ser sujeito a qualquer sanção pecuniária temporária do BCE", mas aguarda uma decisão final do banco central da Zona Euro.
Preço baixo?
Nas últimas semanas havia já a especulação em torno do lançamento de uma oferta por parte do CaixaBank, para comprar a posição de Isabel dos Santos no BPI, mas o fracasso das negociações e o baixo preço da OPA desapontou os investidores.
Os analistas consideram que o preço é baixo, mas argumentam que o banco catalão apenas precisa de 6% do capital para atingir uma participação superior a 50%.
"O preço oferecido é o montante mínimo que o CaixaBank poderia oferecer", realça Andrew Lowe. Para o analista do Berenberg, o banco "apenas quer atingir mais de 50% do capital para resolver a exposição ao BFA". Também um outro analista questionado pelo Negócios que pediu para não ser identificado considera, ainda que o preço seja "baixo", "faz sentido, na medida em que o banco valerá muito menos sem o apoio do CaixaBank".