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Acções do Banif fecham a cair mais de 40%
Uma queda de apenas 0,0006 euros foi suficiente para o Banif registar a maior descida diária de sempre em termos percentuais. Os investidores temem que o banco seja alvo de uma resolução que penalize os accionistas.
As acções do Banif reagiram em forte queda às notícias sobre a possibilidade de o banco ser intervencionado, apesar da instituição liderada por Jorge Tomé ter negado informações nesse sentido.
Os títulos fecharam a sessão a desvalorizar 41,82% para 0,0008 euros, sendo que ao longo da sessão chegaram a recuar 56,36% para 0,0006 euros. A queda no fecho, apesar de corresponder a apenas 0,0006 euros, foi a maior de sempre na história do Banif em termos percentuais.
A liquidez voltou a ser muito elevada, tendo sido transaccionadas 1,55 mil milhões de acções, o que compara com a média diária de 174 milhões nos últimos seis meses.
Na sessão de sexta-feira as acções tinham recuperado 57,14% para 0,0014 euros, depois de o banco ter confirmado que tinha dado início ao processo de venda da posição do Estado no Banif. Esta segunda-feira contudo acentuaram-se os receios de que o banco vai ser alvo de uma resolução, o que provocou uma queda acentuada nos títulos.
"Continuam os receios de que o banco venha a precisar de mais capital e de como irá decorrer o processo de venda e em que moldes, uma vez que o mercado considera que o banco não vai conseguir pagar o que deve ao Estado", explicou à Reuters Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos, acrescentando que "o facto do valor nominal do título ser tão baixo torna-o muito volátil e esta volatilidade não vai abrandar nos próximos dias".
O ministério das Finanças anunciou esta madrugada que "decorre um processo de venda" da posição do Estado no banco e que neste dossiê a preocupação do Governo liderado por António Costa passa por "garantir a confiança no sistema financeiro, a plena protecção dos depositantes, as condições de financiamento da economia e a melhor protecção dos contribuintes".
Este comunicado das Finanças surge depois de a TVI ter noticiado que o Executivo está preparado para intervir no Banif. A estação de Queluz adiantava que o Banif podia ser alvo de uma medida de resolução, com a separação entre os activos problemáticos e saudáveis, podendo estes ser transferidos para a Caixa Geral de Depósitos.
Também em comunicado, o Banif "desmentiu categoricamente" esta notícia da TVI de que estava a ser preparada uma intervenção na instituição. O banco liderado por Jorge Tomé dá classifica as informações avançadas pela TVI de "falsidades (…) que não só não correspondem à verdade como não têm qualquer espécie de fundamento".
A TVI não foi contudo o único meio de comunicação social a avançar com notícias sobre a possibilidade de o Banif ser intervencionado. O Público avançou que "o Governo está a trabalhar para durante esta semana poder apresentar uma solução para o Banif que, independentemente da via escolhida, venda total, parcial ou por conversão dos Cocos (empréstimo) em capital, passará por expurgar do balanço os activos "tóxicos" (criar banco mau)".
Já o Diário Económico noticia que o Banif está numa "corrida contra o tempo para encontrar comprador até sexta-feira", sendo que há pelo menos três fundos convidados a apresentar ofertas até ao fim da semana.