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A semana em oito gráficos: Mau tempo nos mercados turcos alastra-se a todo o mundo. Banca foi o sector mais castigado
As bolsas do Velho Continente registaram uma tendência mista esta semana. As quedas não foram acentuadas, à conta de boas sessões na primeira metade da semana, mas o "arrastão" turco de quinta e sexta-feira levou a que muitos mercados não conseguissem ficar à tona. O índice de referência nacional, PSI-20, escapou às descidas, com quatro das cinco sessões da semana em alta.
Bolsas europeias em semana mista com Lisboa a destacar-se pela positiva
PSI-20 ganha 0,62% com quatro sessões no verde
CTT lideram valorizações na praça lisboeta
Lundbeck penaliza desempenho do Stoxx600
CenturyLink anima S&P 500 e Newell Brands pressiona
Dólar valoriza face ao euro, libra e iene
Cobre escapa às quedas nas matérias-primas
Turquia empurra juros italianos para perto de 3%
A bolsa nacional conseguiu um saldo semanal positivo à conta das quatro primeiras sessões no verde. Na sexta-feira, acabou por ser arrastada pela crise na Turquia, à semelhança das restantes congéneres mundiais, com a banca a ser o sector mais fustigado.
O intensificar da tensão geopolítica entre os EUA e a Turquia foi o grande causador desta turbulência nos mercados. Ao mesmo tempo que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apelava à população para trocar ouro e dólares por liras, de forma a ajudar a sustentar a economia do país, Donald Trump anunciava a duplicação das tarifas impostas às importações de alumínio e aço proveniente de Ancara.
Este contexto provocou fortes quedas nos activos turcos. Mas não só. A exposição à Turquia, em especial da banca, causou um efeito dominó nas bolsas europeias. O Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, fechou o dia a cair 1,07%, o que o fez perder 0,90% no cômputo da semana.
Actualmente, o que está em causa é o risco de contágio da Turquia aos países europeus. No caso de Itália, o banco Unicredit é dos mais expostos. As acções da cotada estiveram a sofrer com este cenário, o que também penalizou a bolsa de Milão.
Por cá, as acções dos CTT foram as que mais ganharam no acumulado da semana, ao passo que a Semapa foi a cotada que mais caiu.
Já no mercado cambial, o dólar ganhou terreno face ao euro, libra e iene, à boleia dos dissabores das outras moedas perante o panorama na Turquia.
Nas matérias-primas, o destaque, pela negativa, foi para o petróleo, numa semana em que a maioria das "commodities" negociou no vermelho, devido aos receios em torno do agravar das tensões comerciais entre Washington e Pequim. O cobre, em contrapartida, destacou-se pelo facto de ter ganho terreno.